Filhos de Bolsonaro celebram a revogação da nomeação de Ilona Szabó por Sergio Moro

Flavio chamou Ilona de "cara de pau" e Eduardo comemorou a saída também do sociólogo Renato Sérgio de Lima com um "grande dia". Declarações mostram que, diferente do que disse Bolsonaro - que os filhos não mandariam mais no governo -, clã continua exercendo forte pressão

Bolsonaro com os filhos, Eduardo e Flavio - Foto: Reprodução
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O senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ) comemoraram no Twitter a revogação da nomeação da cientista política Ilona Szabó, diretora do Instituto Igarapé, que havia sido nomeada por Sergio Moro para integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. De volta às redes sociais, após um sumir durante o auge do Caso Queiroz, Flávio Bolsonaro chamou Szabó de "cara de pau" por aceitar o cargo. "Meu ponto de vista é como essa Ilana Szabó aceita fazer parte do governo Bolsonaro. É muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, só pode", tuitou. Já Eduardo, celebrou também a saída do sociólogo Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum de Segurança, que pediu sua exoneração “em caráter irrevogável e em solidariedade à cientista política Ilona Szabó de Carvalho, que foi colocada em uma situação constrangedora”. "Após exonaração de Ilana Szabó outro que era contra o projeto anti-crime de Moro pede para sair. O desarmamentista Renato Sérgio de Lima, do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, dispensou-se em solidariedade a Szabó. #grandedia", escreveu o 03 do clã Bolsonaro no Twitter. Pressão Diferente do que foi declarado por Bolsonaro - de que os filhos não mandariam mais no governo -, a revogação da nomeação de Ilona mostra que o clã ainda exerce forte influência no Planalto, contando com a mobilização de bolsonaristas nas redes sociais. O próprio ministro Sergio Moro admitiu, em nota emitida pela pasta, ter sofrido pressão e que a revogação foi provocada por “repercussão negativa em alguns segmentos” da sociedade. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a cientista social afirmou que grupos que dão sustentação ao governo Bolsonaro, como o MBL, "precisam de inimigos, e por isso não estão comprometidos com o debate democrático". "Hoje cedo eu estava sentindo a temperatura bastante quente. Mandei uma mensagem para a chefe de gabinete. O ministro Sérgio Moro me ligou de volta. Dado o clima, eu sabia que o risco existia. O ministro me pediu desculpas. Disse que ele lamentava, mas estava sendo pressionado, porque o presidente Bolsonaro não sustentava a escolha na base dele", disse.