Fim da meia-entrada é perseguição ao movimento estudantil, diz Iago Montalvão

Presidente da UNE conta que, na época em que foi aprovada, a meia-entrada teve apoio unânime de produtores e artistas, assim como do próprio Bolsonaro. "Atitude do presidente é contraditória", diz

Iago Montalvão, presidente da UNE - Foto: Karla Boughoff/Cuca da UNE
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Em entrevista ao vivo à Revista Fórum nesta sexta-feira (31), o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, afirmou que a proposta do presidente Jair Bolsonaro de acabar com a política de meia-entrada é uma forma do governo de minar os direitos conquistados através do movimento estudantil ao longo dos anos. Iago também afirma que a atitude do presidente apresenta diversas contradições. Para o presidente da UNE, a proposta de Bolsonaro é uma perseguição ao movimento estudantil por atacar um direito que foi construído por quase 80 anos. "A história da meia-entrada começa em 1940, antes mesmo da ditadura", conta Iago. "A aprovação foi uma unanimidade na época e teve apoio deles, inclusive do próprio Bolsonaro, quando ele era deputado federal", diz, expondo a contradição na atitude do presidente. Iago também afirma que o direito é essencial aos estudantes, pois os jovens costumam não ter renda o suficiente para investir em eventos culturais. "Um jovem, um estudante, ainda não tem a renda de um emprego. Mas essa é a fase que ele está mais propício para se inteirar desse universo cultural, dos esportes", defende. "É uma forma de se fazer com que o jovem se interesse pela cultura, um estímulo para acessar esses espaços. Isso também faz com que os eventos passem a ter um público mais diversificado, um público jovem", afirma o presidente da UNE, que acredita que esse é um interesse também dos produtores e artistas. Carteira Estudantil Em outro momento, Iago expõe que a atitude do presidente de pregar o fim da meia-entrada serve apenas a interesses políticos, e não econômicos. "O governo a pouco tempo aprovou uma medida provisória, que deve caducar em breve, lançando uma carteira estudantil virtual. Toda a propaganda que eles fizeram [sobre a carteira estudantil] garante a meia-entrada aos estudantes", conta. No entanto, com a possibilidade da MP caducar, o governo teria mudado seu discurso sobre o direito da meia-entrada. "Usam o orçamento público de forma arbitrária para perseguir o movimento estudantil", finaliza. Confira: https://www.youtube.com/watch?v=BL4tEEYSlIQ