Flávio Dino: "Como o judeu está para o nazismo e imigrantes para Trump, os paraíbas estão para Bolsonaro”

Depois de ser chamado de “o pior dos paraíbas” por Bolsonaro, Flavio Dino afirma que "como o governo é muito fraco acaba ocupando a agenda pública com esse tipo de conflito, perseguição e discriminação"

Flávio Dino, governador do Maranhão (Foto: Agência SECAP)
Escrito en POLÍTICA el
Como resposta ao comentário preconceituoso de Bolsonaro sobre os "paraíbas", Flavio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, disse que as declarações polêmicas do presidente são estratégicas para manter a agenda política em conflito, de forma a esconder os verdadeiros resultados do governo. Dino comentou ainda que, a não ser por sua filiação partidária e sua origem nordestina, não enxergava razões para o atrito com o presidente. Sem saber que estava sendo gravado, na sexta-feira (19) Bolsonaro disse ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que “esses governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem nada que ter com esse cara”. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Em entrevista a Marina Barbosa, divulgada neste sábado (27) pelo Congresso em Foco, Flávio Dino comentou o episódio. “Como o governo é muito fraco, tem poucos resultados a mostrar e não tem uma agenda própria de trabalho, acaba ocupando a agenda pública com esse tipo de conflito, perseguição e discriminação”, declarou. “Procurar um inimigo é funcional para a manutenção do grupo social que apoia o governo. Como o judeu está para o nazismo e os imigrantes estão para Trump, os paraíbas estão para Bolsonaro”. Dino comentou ainda que não teria problemas em receber o presidente e que vai manter diálogo, mas que quer ver a esquerda unida contra Bolsonaro em 2022. A Frente Parlamentar do Nordeste chegou a protocolar uma representação contra o presidente na Procuradoria-Geral da República por conta do preconceito na fala dos “paraíbas”. De acordo com o texto, a manifestação racista, que teve como alvo os cidadãos e cidadãs nordestinos, feriu a ética, a moralidade pública, o decoro, o respeito aos direitos humanos, em nome de fins políticos ou ideológicos e representa uma “inequívoca afronta ao tratamento isonômico” que deve ser destinado aos estados.

Temas