Flávio Dino diz que ida para o PSB não será um gesto individual

Em entrevista ao Jornal da Fórum, governador do Maranhão falou sobre a disputa de 2022 e possível união do PCdoB com PSB por conta da cláusula de barreira

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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a defender união da esquerda em entrevista à jornalista Cynara Menezes, no Jornal da Fórum. Para ele, sua maior preocupação do momento é com o Maranhão e ajudar na política nacional, mas, como diz, para “juntar, pois já tem muita gente para espalhar”.

“Procuro nesse momento mirar o principal, que é conseguir criar uma alternativa válida e competitiva para derrotar o bolsonarismo e outros setores da direita. Não é só derrotar o Bolsonaro. Para isso, precisa de todo mundo, senão no primeiro turno, no segundo. O resultado de 2018 a gente viu o que aconteceu, vimos o que ocorreu no Rio de Janeiro, a esquerda saiu com três candidaturas e ficou fora do segundo turno”, disse, lembrando que Eduardo Paes (MDB) foi eleito com os votos da esquerda contra o bolsonarista Marcelo Crivella (Republicanos).

Para Dino, a união para 2022 tem que ir além de PT, PCdoB e PSOL, é preciso juntar o campo político mais à esquerda e popular. “Nosso problema não é chegar ao segundo turno, é ganhar a eleição”, afirmou. “Ninguém constrói um caminho popular para o Brasil contra o PT, não necessariamente que deva ser do PT, mas vai ser contra o principal partido?”

Na opinião de Dino, a eleição de 2022 será dificílima e há poucos líderes nacionais. Questionado se será candidato, o governador diz que é preciso ter um coletivo que impulsione uma candidatura. “Não refuto, me dedicaria muito a essa missão, mas posso ser candidato a deputado, senador, a única coisa que não posso ser é candidato a governador novamente.” Dino está no seu segundo mandato, foi reeleito em 2018 no primeiro turno com quase 60% dos votos, derrotando Roseana Sarney.

Sobre a ida para o PSB, como afirmou Marcio França, candidato à prefeitura de São Paulo nesta eleição, o comunista disse que seria possível um acordo político com o PCdoB, por conta da cláusula de barreira. “Essa história [ir para o PSB] é antiga, tenho relação excelente com o PSB, meu aliado no Maranhão desde sempre. Eduardo Campos era meu amigo pessoal, é claro que nesse rearranjo que a política brasileira vai passar em 2021 é um cenário possível, mas não como um gesto individual meu, jamais.”

Assista à entrevista

https://youtu.be/F1kIQYPYjuU