Fonte da Crusoé, iraniano que diz que Adélio ganharia R$ 500 mil para matar Bolsonaro escreveu cartas para Silvio Santos e Trump

Reportagem está sendo usada pelos bolsonaristas nas redes sociais para alimentar a teoria da conspiração criada por Jair Bolsonaro de que Adélio teria agido a mando de alguém ligado à "esquerda"

O iraniano Farhad Marvizi e Adélio antes da facada em Bolsonaro (Montagem)
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Fonte de uma reportagem com o título sensacionalista de "A testemunha fala - e quer negociar", publicada pela revista Crusoé nesta sexta-feira (1º), o iraniano Farhad Marvizi, que enviou uma carta a Jair Bolsonaro dizendo que Adélio Bispo dos Santos teria recebido uma proposta de R$ 500 mil para matá-lo durante a campanha eleitoral, é tratado pela Polícia Federal como uma pessoa com problemas mentais, que tem o hábito de mandar correspondências para personalidades Marvizi, que já teria escrito ao apresentador Silvio Santos e ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado a 20 anos de prisão por ordenar um atentado contra um auditor da Receita Federal no Ceará e cumpre pena na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde Adélio está preso. Ele disse que ouviu a história do próprio Adélio, quando os dois estiveram juntos na ala médica da penitenciária. Em depoimento nesta quinta-feira (31) ao delegado Rodrigo Morais, responsável pelo inquérito que apura a existência de comparsas ou mandantes no crime cometido por Adélio, o iraniano avisou que só contará detalhes do que sabe em troca de perdão judicial do presidente da República. Dilma A negociação de uma delação foi descartada por a PF considera Marvizi uma fonte de baixa credibilidade, por ser afeito a contar histórias mirabolantes. Em 2014, o iraniano espalhou a notícia de que o PCC queria sequestrar o advogado Carlos Araújo, ex-marido da então presidente Dilma Rousseff (PT). Após o alerta, a PF chegou a monitorar Araújo, mas concluiu se tratar de alarme falso. Adélio, que também foi ouvido novamente nesta quinta-feira (31), voltou a dizer que agiu sozinho e descartou acordo de delação premiada porque não tem nada a falar além do que já relatou. Milícia Virtual A reportagem da revista Crusoé está sendo usada pelos bolsonaristas nas redes sociais para alimentar a teoria da conspiração criada por Jair Bolsonaro de que Adélio teria agido a mando de alguém ligado à "esquerda". O próprio filho de Bolsonaro, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro, fez questão de divulgar a tese na sua página no Twitter. "De acordo com depoimento do vizinho de cela de Adélio Bispo, o ataque contra Jair Bolsonaro só teria ocorrido após uma promessa de pagamento de R$ 500 mil para matar o “dr. Jair”. Via @RenovaMidia", tuitou Bolsonaro, citando como fonte um site bolsonarista e impulsionando a tag #QuemMandouMatarBolsonaro. O deputado federal Hélio Negão, amigo íntimo de Bolsonaro, foi além e ligou o caso ao envolvimento do capitão no assassinato de Marielle Franco. "Prestem atenção! As peças vão se encaixar e nós iremos descobrir #QuemMandouOPorteiroMentir é #QuemMandouMatarBolsonaro",tuitou. A deputada estadual Letícia Aguiar (PSL-SP) cobrou repercussão da matéria no Jornal Nacional. "O iraniano Farhad Marvizi, vizinho de cela de Adélio Bispo, disse que o ex-integrante do PSOL, deu a facada no "Dr. Jair" @jairbolsonaro em troca de 500 mil reais. Quantos minutos teremos destinados a essa notícia no Jornal Nacional, Bonner? #QuemMandouMatarBolsonaro", tuitou.

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