Forças Armadas ameaçam integrantes da CPI da Covid: “pensem duas vezes”

Os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica participaram da elaboração da nota publicada ontem pelo Ministério da Defesa em repúdio às declarações de Aziz

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Integrantes da cúpula das Forças Armadas prometem uma reação “mais dura”, caso a CPI da Covid volte a fazer citações a suspeitas de corrupção envolvendo militares. Membros das Forças ouvidos pela coluna de Bela Megale, no Globo, afirmaram que “não aceitarão serem desrespeitados” pela CPI. Eles disseram ainda que as próximas manifestações podem ter respostas mais críticas. Eles não detalham, porém, quais respostas seriam essas.

Ministério da Defesa e os comandantes das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) reagiram às declarações do presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM), e soltaram nota, na noite desta quarta-feira (7), repudiando as falas do senador que associam alguns militares a denúncias de corrupção no Ministério da Saúde.

Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, Aziz disse que alguns militares devem estar “envergonhados”. Isso porque a CPI apura irregularidades na compra de vacinas que envolveriam militares, como no caso de Dias, acusado de pedir propina em um jantar com a presença de um coronel da reserva do Exército. Além disso, Dias, durante sua oitiva, atribuiu ao ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, a responsabilidade na negociação de vacinas. Há ainda inúmeras evidências de irregularidades durante a gestão do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que é general da ativa.

A expectativa da cúpula militar é que, após a nota de ontem, integrantes da CPI pensem duas vezes antes de fazer qualquer menção entre a instituição e as denúncias de corrupção na Saúde, que estão no centro das investigações.

Os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica não só referendaram como também participaram da elaboração da nota publicada ontem pelo Ministério da Defesa, em repúdio às declarações de Aziz sobre corrupção entre parte dos militares. O presidente Bolsonaro também passou boa parte do dia focado na articulação da resposta à comissão.