Freixo busca PCdoB, PT e PDT para disputar prefeitura do Rio em 2020

O grande problema de Freixo é interno. Se no âmbito nacional o partido avançou politicamente desde a eleição de Juliano Medeiros como presidente, no Rio de Janeiro a maior parte da direção é contra alianças com outras legendas

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Por Theo Rodrigues, no Cafezinho A construção das alianças para a eleição da prefeitura do Rio de Janeiro em 2020 começou e os principais candidatos já indicam quais campos políticos pretendem organizar. Mesmo que esteja no meio de um furacão com seu impeachment em tramitação na Câmara de Vereadores, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) anunciou que tentará a reeleição com o apoio do PP de Francisco Dornelles. Além de Crivella, o campo conservador deve contar com a candidatura do deputado Rodrigo Amorim (PSL), nome apoiado pelo clã Bolsonaro. Pela centro-direita, o ex-prefeito Eduardo Paes poderá ser o candidato do DEM, se não for impedido pela operação Lava Jato. Na esquerda, os atores também se articulam. Em entrevista para o jornal El Pais publicada ontem (04.05.19), o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) declarou que pretende “unificar a esquerda”. – “Isso é uma construção. Tenho conversado muito com o PCdoB e com o PT, que já disse que vai me apoiar abertamente. Queremos trazer também o PDT, me dou muito bem com os parlamentares do partido”, diz Freixo. O grande problema de Freixo é interno. Se no âmbito nacional o partido avançou politicamente desde a eleição de Juliano Medeiros como presidente, no Rio de Janeiro a maior parte da direção é contra alianças com outras legendas – aceitam apenas os pequenos PCB e PSTU. Essa postura avessa às alianças é adotada pelos vereadores Babá e Renato Cinco, principalmente. – “Eu acho que é uma falácia a gente falar em unidade de esquerda no Rio de Janeiro incluindo o PT e o PCdoB no hall da esquerda. Acho que essa aliança tem que ser do ponto de vista institucional com o PCB e com o PSTU”, defendeu o vereador Renato Cinco em 2016. Enquanto o PSOL não se resolve internamente, os outros partidos da esquerda do espectro político se movimentam. O PDT anunciou a pré-candidatura da deputada estadual, Martha Rocha, e o PSB lançou Alessandro Molon, enquanto o PCdoB discute a possibilidade de ter como candidato o ex-ministro do Trabalho, Brizola Neto. Pelo centro, Clarissa Garotinho deseja ser a candidata do PROS. No PT há um certo consenso interno de que o partido não terá candidato próprio no Rio. Um parlamentar petista explica a situação: – “Queremos construir uma unidade de esquerda no Rio. O ideal seria que o candidato dessa unidade fosse o Freixo, pois ele traz um recall da última eleição. Mas o PSOL é contra alianças com outros partidos. Então cresce a possibilidade da unidade entre PT, PCdoB, PDT e PSB ser em torno da candidatura do Molon”. Até meados de 2020, prazo final para a consolidação das coligações, muita coisa vai acontecer. Mas o fato é que o processo político já começou. *Sociólogo e cientista político