Freixo relaciona voto impresso à ligação de Bolsonaro com milícias

"Este projeto é um projeto que beneficia o crime, que vai eleger criminosos!", afirmou o parlamentar sobre a PEC do voto impresso

Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria na Câmara, fez duro discurso contra o voto impresso na tribuna da casa legislativa nesta quarta-feira (4). O parlamentar lembrou dos vínculos do presidente Jair Bolsonaro com milícias e a possível ampliação dos tentáculos políticos desses grupos paramilitares que a medida pode proporcionar.

Freixo apontou que "a milícia conseguiu fazer com que o domínio de território, o domínio criminoso do território se transformasse num domínio político" e destacou que essa relação pode ser diretamente beneficiada por um voto impresso que seja apurado no próprio local de votação.

"A milícia transformou-se num projeto de poder do crime, transformou o domínio territorial em domínio eleitoral. Eu quero dizer aos senhores que o voto impresso simplesmente dá à milícia, dá ao crime do Rio de Janeiro a certeza de que vão eleger mais gente porque a pressão do crime sobre o eleitor, principalmente o eleitor pobre, será enorme", declarou.

"O projeto que se quer votar sobre o voto impresso aqui é pior do que a realidade anterior à urna. Antes você votava, o voto ficava numa urna, a urna era levada para um centro onde todas as urnas iam e a contagem acontecia ali com os fiscais. Mas o projeto que estão querendo votar agora é pior! Sai um comprovante do seu voto na urna e o voto é contado no lugar da urna. O voto é contado na urna! Imaginem uma urna dentro de uma área de tráfico, dentro de uma área de milícia, abrindo e contando os votos. O que vai acontecer?", questionou.

Bolsonaro e as milícias

Freixo destacou que Bolsonaro, ferrenho defensor do projeto, tem relações com grupos milicianos. "Quando eu fiz a CPI das Milícias no Rio de Janeiro, Bolsonaro [então deputado] defendeu a legalização das milícias nesta tribuna. Há prova contundente disso, diversos funcionários ligados a milícias dentro do gabinete dos seus filhos e dele, há relações diretas entre Bolsonaro, a família e as milícias do Rio de Janeiro. Estou dizendo isso dentro da Câmara dos Deputados. Este projeto é um projeto que beneficia o crime, que vai eleger criminosos! Não é para aumentar transparência. Não é para melhorar eleição", afirmou.

A defesa exacerbada da medida fez o presidente virar alvo de inquéritos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O mandatário fez um live na última quinta-feira (29) com informações falsas para insinuar que houve fraude nas urnas.

Com informações da Câmara

Assista:

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