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O deputado federal Alexandre Frota, que recentemente foi expulso do PSL, de Jair Bolsonaro, e se filiou ao PSDB, falou pela primeira vez, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (19), sobre a série de reportagens Vaza Jato, que vem mostrando um conluio ilegal entre o ex-juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça do atual governo, com procuradores da Lava Jato.
De acordo com Frota, o conteúdo dos diálogos é "grave". "Foi muito ruim para todo mundo. Se tratando do Moro e de como isso aconteceu, acho que é grave (...) Um juiz falando com promotor, ainda que não tenha dado nenhum tipo de informação mais contundente, é grave pelos personagens que estão envolvidos", disse, sem entrar em detalhes.
Os jornalistas da bancada, no entanto, insistiram e perguntaram se os diálogos podem levar à anulação de processos da Lava Jato, como o do ex-presidente Lula. Neste ponto, Frota foi direto: "Sim. Entendo que pode acontecer isso, sim".
Antes, Frota ainda falou que o ministro Moro "vem perdendo força a cada dia".
Alvejado pelas costas
No início da entrevista, o deputado federal falou sobre o seu rompimento com Jair Bolsonaro e sua saída do PSL. Frota foi expulso do partido após inúmeras críticas ao próprio presidente e à condução do governo. Questionado sobre o assunto, Frota disse que Bolsonaro mudou e que não enxergava a pessoa que o presidente se mostra atualmente durante o período de campanha.
"Bolsonaro mudou muito depois que sentou naquela cadeira. Ele sempre usou um banner dizendo que soldado ferido não fica para trás. Ele deixou vários para trás: deixou Bebianno, deixou Julian Lemos, deixou Magno Malta", declarou.
E prosseguiu: "Fui alvejado pelas costas. Tem muita ingratidão por parte dele [Bolsonaro]".
Após explicar como se deu seu processo de "fritura" no PSL, Frota ainda disparou: "Para mim foi ótimo".
Ida para o PSDB
Perguntado sobre o fato de ter se filiado ao PSDB, partido que já teceu inúmeras críticas, o deputado tergiversou e afirmou que está indo para o "novo" PSDB, e não o antigo.
"Estou chegando no novo PSDB, não no PSDB do passado. Não retiro o que eu falei no passado, seja do [Geraldo] Alckmin ou outro integrante do PSDB, mas eu penso que estou começando agora dentro desse partido, um partido renovado, a convite do [João] Doria. Penso que posso trabalhar, me dediquei demais a esse inicio de mandato. Acho que ali vou ter mais independência, mais liberdade, não vou ter o peso do governo nas minhas costas", disse.