"Fui bem mais gentil do que ele fora com predecessores", diz jornalista que desejou morte de Bolsonaro

Em novo artigo, Hélio Schwartsman afirma ainda que se o Ministro da Justiça, André Mendonça , insistir no processo contra ele "de que desejar a morte de alguém é crime, então seu chefe poderá encrencar-se"

André Mendonça e Jair Bolsonaro - Foto: Agência Brasil
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Em novo artigo publicado nesta sexta-feira (10) na Folha de São Paulo, o filósofo e jornalista Hélio Schwartsman disse que foi mais gentil com Jair Bolsonaro do que o presidente foi com ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff.

"Bolsonaro, afinal, torceu pela morte de Dilma, “infartada ou com câncer”, e defendeu o fuzilamento de FHC. Fui bem mais gentil com o presidente do que ele fora com seus predecessores", escreveu Schwartsman.

O jornalista afirma ainda que "não sabe bem o que há de investigar" no inquérito aberto contra ele pelo Ministro da Justiça, André Mendonça, "por violação ao artigo 26 da velha LSN dos tempos dos militares, que imaginávamos já ter ido para a reserva" - sobre a Lei de Segurança Nacional, remanescente da Ditadura.

"É preciso muita criatividade jurídica para ver na minha coluna original alguma calúnia ou difamação, que é o que possibilitaria o uso do artigo 26. E o ministro Mendonça, sempre cioso de agradar ao patrão, deveria ser mais cauteloso. Se conseguir emplacar sua tese de que desejar a morte de alguém é crime, então seu chefe poderá encrencar-se".

Schwartsman finaliza dizendo que não acionou nenhuma alavanca. "Até onde sei, o vírus é indiferente a meus desejos".