Funcionária do MAM é agredida por fascistas em manifestação contra performance

Roberta Montanari foi agredida por uma manifestante com um soco e xingada de "pedófila". Outros funcionários foram igualmente agredidos, física e verbalmente, por cerca de 20 fascistas.

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Roberta Montanari foi agredida por uma manifestante com um soco e xingada de "pedófila". Outros funcionários foram igualmente agredidos, física e verbalmente, por cerca de 20 fascistas. Da Redação* A assessora de imprensa do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Roberta Montanari, foi agredida, neste sábado(30), por uma manifestante com um soco e xingada de "pedófila". Outros funcionários foram igualmente agredidos, física e verbalmente, por 20 pessoas que se reuniram em frente à sede do museu para protestar contra a performance de Schwartz. A manifestação foi contra a performance do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz na 35ª edição do Panorama da Arte Brasileira (Foto). No dia 26, terça-feira, na abertura do Panorama, tradicional mostra bienal do MAM, Schwartz fez uma performance, La Bête, em que se colocava no lugar de um "bicho" da artista carioca Lygia Clark, que morreu em 1988, para ser manipulado pelo público - o "bicho" da artista, representante do movimento neoconcreto brasileiro, é uma peça de metal que pode ser manipulada pelas pessoas. Uma mulher e a filha de cinco anos se aproximaram do artista e tocaram seu corpo e isso bastou para que o vídeo, exibido fora do contexto por um internauta, detonasse acusações de pedofilia na rede e ameaças à integridade física do curador da mostra, Luiz Camilo Osório. Queixa O diretor do MAM, Felipe Chaimovich, acompanhado do advogado do museu, João Turchi, disse à reportagem que vai prestar queixa na delegacia. "O Icom (International Council of Museums) recomendou a todos os museus do mundo que não tratem suas obras de maneira diferenciada e é essa recomendação que o MAM vai seguir, pois a performance de Wagner Schwarz não é diferente". A solidariedade que entidades como a Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA) e museus prestaram ao MAM prova, segundo Chaimovich, que a má interpretação dessa performance por quem não estava presente à abertura provocou acusações improcedentes.