O The Intercept Brasil foi a Singapura, no endereço da empresa Madison Biotech, que, segundo denúncia do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, mandou nota fiscal ao ministério cobrando 45 milhões de dólares adiantados pela venda da vacina indiana Covaxin.
De acordo com o repórter Matthew Aslett, uma mulher chegou ao número 31 da rua Cantonment, endereço registrado da Madison, por volta das 9 da manhã, no horário local (22h no Brasil) e confirmou a ele que o escritório da empresa era ali.
Do lado de fora do prédio, não há qualquer sinalização comercial da Madison. Na porta, apenas uma placa onde está escrito Sashi Kala Devi Associates.
A mulher, que se identificou apenas pelo primeiro nome, Sashi, disse não ser a dona da Madison e que era apenas uma “provedora de serviços” e que, por isso, não poderia fornecer mais informações. Ela disse ainda que o local serve apenas como endereço fiscal da empresa e pediu que o repórter voltasse no horário do almoço, quando poderia conectá-lo com as pessoas certas. Sashi confirmou as suspeitas da CPI: a Madison Biotech não funciona no local.
Notícias relacionadas:
Vídeo: Bolsonaro tem novo chilique e grita com jornalista ao ser indagado sobre Covaxin
Governo Bolsonaro pagou R$ 96,1 milhões em camisinhas femininas à empresa que negociou Covaxin
Bolsonaro foge do escândalo da Covaxin: “É ridículo”
Governo Bolsonaro iria pagar pela Covaxin a uma empresa de fachada, diz CPI
Arthur Lira aconselhou Luis Miranda a tornar públicas denúncias da Covaxin, diz jornalista
Bolsonaro prevaricou: PF não acha registro de denúncia do presidente na compra de Covaxin
Sashi entregou mais tarde ao repórter George South o telefone que estava salvo no seu celular como de “Srinivas Bharat Biotech”. Ela disse que a Bharat Biotech é dona da Madison Biotech. O The Intercept entrou em contato com “Srinivas Bharat Biotech”, que respondeu dizendo que qualquer dúvida seria esclarecida pela assessoria de imprensa. Foram enviadas seis perguntas sobre a Madison, a cobrança antecipada de 45 milhões de dólares e a relação da empresa com Bahrat. A resposta não chegou ate o fechamento da reportagem.
Leia a reportagem completa aqui