Fux foi ameaçado de morte por apontar fraude em voto no papel em 1994 no Rio

À época, o atual presidente do STF constatou que havia fraude em 90% das urnas eleitorais, fez prisões em flagrante e, por isso, passou a ser ameaçado de morte pelo Comando Vermelho

Luiz Fux e Jair Bolsonaro | Foto: Marcos Corrêa/PR
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Atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux precisou ser escoltado ao sofrer ameaças de morte quando denunciou um esquema de fraude na votação no papel na 25ª Zona Eleitoral do Rio, na Zona Oeste da cidade, em 1994. A informação foi divulgada neste domingo (8) pelo jornalista Guilherme Amado no site Metrópoles.

À época, Fux era juiz eleitoral responsável pela região, então segunda maior do país, com 380 mil eleitores, e o voto era em cédulas de papel e não informatizado.

O magistrado constatou que havia fraude em 90% das urnas eleitorais, fez prisões em flagrante e, por isso, passou a ser ameaçado de morte pelo Comando Vermelho.

Segundo a reportagem, Fux prendeu em flagrante cinco escrutinadores, funcionários que checavam a votação, e destituiu outros 60. No lugar, colocou dez juízes de sua confiança.

No total, a apuração levou 13 dias. A recontagem de votos foi protegida por cem soldados do Exército armados com fuzis. O local foi isolado com barricadas e a rua, bloqueada.

Cancelamento de reunião

Nesta quinta-feira (5), o presidente do STF cancelou uma reunião que teria com Jair Bolsonaro (Sem partido) por causa dos ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Como presidente do STF, alertei o presidente da República em reunião realizada nesta Corte, durante as férias coletivas, sobre os limites do exercício do direito da liberdade de expressão, bem como ser necessário e inegociável o respeito entre poderes para harmonia do pais”, afirmou Fux.