Gabinete do Ódio ataca senadores que integram CPI do Genocídio

Renan Calheiros tem acompanhado de perto o movimento bolsonarista e instruiu sua equipe a fazer relatórios diários sobre os ataques

Tercio Arnaud Tomaz e Bolsonaro. Foto: Reprodução
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Senadores que integram a CPI do Genocídio afirmam ser alvo de uma campanha orquestrada de ataques virtuais que tem como origem milícias digitais ligadas ao bolsonarismo.

As mensagens, de acordo com informações dos repórteres Vinícius Valfré, Marcelo de Moraes e Lauriberto Pompeu, no Estado de S.Paulo, vão desde ameaças veladas até disseminação de fake news. Além disso, parlamentares passaram a receber “dossiês” apócrifos contra adversários políticos do presidente em seus gabinetes.

Monitoramento via Crowdtangle indicou que os posts mais populares com o termo “CPI da Covid” partiram de bolsonaristas investigados por compartilhamento de fake news, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que iniciou cruzada nas redes e na Justiça para barrar a participação de Renan Calheiros (MDB-AL) na comissão.

“Você não imagina quantas mensagens grosseiras eu recebi ao longo desses dias. Coisas grosseiras, ameaças perguntando se eu gostava da minha família, xingamentos. É um volume atípico, com robôs. Pagam para fazer isso”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA).

Por trás de algumas das publicações relacionadas à CPI também estão nomes ligados ao chamado “gabinete do ódio” do Palácio do Planalto, como o assessor especial da Presidência Tercio Arnaud Tomaz (na foto com Bolsonaro).

Ele usou o Twitter para se referir ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta como “genocida”. A postagem do assessor de Bolsonaro teve mais de 10 mil compartilhamentos. 

O relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), vem acompanhando de perto o movimento bolsonarista nas redes socias e discutindo com outros integrantes da comissão.  Sua equipe vai apresentar relatórios periódicos sobre o que realmente é debatido pela opinião pública nas redes sociais.

Com informações do Estadão