Gesto supremacista: assessor de Bolsonaro presta depoimento à Polícia Legislativa e expectativa é de indiciamento

Depoimento de Filipe Martins, que permanecesse como assessor do governo mesmo após a demissão de seu ex-chefe, Ernesto Araújo, já dura mais de 1 hora

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O assessor de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, presta depoimento à Polícia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (7), no âmbito da investigação que pesa contra ele pelo gesto supremacista feito recentemente durante audiência no Senado.

Segundo fontes da casa legislativa, a expectativa é que o assessor, que permanece no governo mesmo após a demissão de seu ex-chefe, o ex-chanceler Ernesto Araújo, seja indiciado após o depoimento, que já dura mais de 1 hora.

A investigação por parte da Polícia Legislativa foi determinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no mesmo dia em que Martins fez o gesto. O assessor ainda é alvo de pedido de investigação por parte da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul.

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Entenda

No dia 24 de março, durante audiência no Senado, Filipe Martins fez com as mãos um gesto que parece remeter ao símbolo “WP”, em referência a lema “white power” (“supremacia branca”). Esse gesto, que se assemelha a um “OK”, é classificado desde 2019 como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação dos EUA, segundo reportagem da BBC.

“Ele fez um sinal de supremacia branca enquanto arruma o terno. É muito difícil ele dizer que não sabe o que está fazendo. É um sinal de supremacia branca. É um sinal que é usado como senha em diversos grupos, como o Proud Boys”, disse à Fórum a antropóloga Adriana Dias, que é doutora em antropologia social pela Unicamp, pesquisa o fenômeno do nazismo e atua como colunista.

Após a repercussão do gesto, Martins negou que tenha feito referência ao supremacismo, dizendo que estava “ajeitando a lapela o terno”.