Gilmar Mendes diz que integrantes da "ditadura de Curitiba" são corruptos

Crítica do ministro à Lava Jato veio logo depois que o STF anulou a condenação de Aldemir Bendine, nesta terça-feira (27). Para Gilmar, a Corte foi cúmplice dos desvios da força-tarefa

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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Depois que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou nesta terça-feira (27) a condenação do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, o ministro Gilmar Mendes disse reconhecer que a Corte foi cúmplice dos desvios da operação Lava Jato e chamou procuradores da "República de Curitiba" de corruptos. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém “A 'República de Curitiba' nada tem de republicana, era uma ditadura completa. Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura. Que gente ordinária, se achavam soberanos", disse o ministro, em crítica à Lava Jato. "Os procuradores são corruptos, gente sem nenhuma maturidade. Corrupta na expressão do termo. Não é só vender função por dinheiro. Violaram o Código Processo Penal”, completou. Aldemir Bendine foi condenado por Moro em 2018 com uma pena de 11 anos pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão foi confirmada no TRF-4 à segunda instância, mas o processo não teve continuidade porque os recursos não foram analisados. Por 3 votos a 1, a sentença foi anulada por entender que Bendine deveria ser ouvido por último durante o processo, após as alegações feitas por delatores. Isso não foi garantido em Curitiba, então os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia votaram a favor da anulação. “É um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente. Homologamos delação. É altamente constrangedor. Todos nós que participamos disso temos que dizer 'nós falhamos'", comentou o ministro. Com informações do Jota.