Gleisi Hoffmann enquadra Clube Militar por artigos sugerindo morte de Lula e golpe: "Contenham-se"

"Vocês não são tutores nem donos do país", afirmou a presidenta nacional do PT após generais saírem da caserna para atacar decisão de Edson Fachin, do STF, que tornou Lula elegível para enfrentar Bolsonaro em 2022

Lula e Gleisi (Foto: Ricardo Stuckert)
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Presidenta nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann enquadrou nesta quarta-feira os generais Eduardo José Barbosa, presidente do Clube Militar, e Luiz Eduardo Rocha Paiva, membro do Conselho da Comissão de Anistia do ministério de Damares Alves, por artigos publicados no site da agremiação de reservistas das Forças Armadas em que sugerem a morte de Lula e um novo golpe após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações impostas pela Lava Jato ao ex-presidente.

"Justiça a Lula incomodou generais do Clube Militar. Em notas destemperadas, sugerem sua morte e insinuam com ruptura. Deviam estar cobrando explicações do colega Pazuello e do capitão sobre as mais de 270 mil mortes que deixaram acontecer. Vocês não são tutores nem donos do país. Contenham-se", tuitou Gleisi nesta quarta-feira (10).

https://twitter.com/gleisi/status/1369603302455926784

Morte de Lula
Em nota publicada no site do Clube Militar, o general Eduardo José Barbosa, que substituiu Hamilton Mourão (PRTB), atual vice de Jair Bolsonaro, na presidência da instituição, e afirmou que “novos processos em outras varas são uma artimanha grotesca para que o meliante fique definitivamente impune” e, em tom de ameça, indagou: "alguém acredita que algum desses processos chegará a transitar em julgado (depois de centenas de recursos) com o “paciente” vivo?".

Um dia depois, Luiz Eduardo Rocha Paiva, que foi indicado por Jair Bolsonaro para o Conselho da Comissão de Anistia e é autor do prefácio da biografia do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, disse que "o STF feriu de morte o equilíbrio dos Poderes, um dos pilares do regime democrático e da paz política e social".

"A continuar esse rumo, chegaremos ao ponto de ruptura institucional e, nessa hora, as Forças Armadas (FA) serão chamadas pelos próprios Poderes da União, como reza a Constituição”, diz trecho da nota.