Golpista, Temer diz que vai falar sobre democracia com FHC e Sarney: pessoas se esqueceram do trivial

Tratado como "Biden brasileiro", Michel Temer ainda se gabou de ter ditado a Bolsonaro a "Declaração à nação" que, segundo ele, recriou clima para "o prosseguimento das reformas, que começaram em meu governo"

FHC, Michel Temer e José Sarney (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
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Artífice do golpe de 2016 e se gabando de ter "pacificado o país" após ditar a "declaração à nação" a Jair Bolsonaro (Sem partido), Michel Temer (MDB) disse que terá um encontro com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Sarney (MDB) para falar sobre "coisas triviais que as pessoas se esqueceram", como a preservação da democracia e do Estado de Direito.

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"Vamos dizer obviedades que, na verdade, precisam ser repetidas, porque, muitas vezes, as pessoas se esquecem disso. Vamos falar sobre democracia, o Estado de Direito, como se deve preservá-lo. O debate será nessa linha, o que pensamos em matéria econômica e política no país. Penso que será tudo pautado no texto constitucional. Diremos obviedades porque acho que, nos últimos tempos, as pessoas se esqueceram das coisas mais triviais", disse em entrevista ao Correio Braziliense.

Tratado como "Biden brasileiro" - "tomo isso como reconhecimento ao meu governo" -, em referência ao presidente dos EUA, Joe Biden, que sucedeu Donald Trump, Temer diz que não pensa em se candidatar em 2022 e que não acredita na chamada terceira via.

"Essa coisa de terceira via é fundamental ao eleitorado. Mas, com toda franqueza, estou achando complicada essa história. Não acho que os principais cotados da terceira via abram mão da candidatura em dado momento, priorizando só um candidato, o que seria o ideal. Eu sinto que todos os que estão se apresentando vão até o fim, ou boa parte deles. Veja você que se houver muitos candidatos, ganha com isso aqueles que polarizaram, que tem um número maior e mais sólido de apoio".

O emedebista ainda se gabou de ter ditado a carta que teria pacificado o país após incitação de Bolsonaro no 7 de Setembro.

"O fato é que, convenhamos, se não houvesse a 'Declaração à Nação' dia 9, não sei o que aconteceria no dia seguinte", disse Temer, que afirmou que o fato recriou "clima" para "o prosseguimento das reformas, que começaram em meu governo".