Os governadores dos estados do Nordeste Rui Costa (BA), Renan Filho
(AL), Camilo Santana (CE), Flávio Dino (MA), João Azevedo
(PA), Paulo Câmara (PE), Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (RN) e
Belivaldo Chagas (SE) publicaram, nesta quarta (25) uma carta a respeito da crise do novo coronavírus e as declarações de Bolsonaro em pronunciamento.
"O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilíbrio;
vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual; vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região" diz o texto.
O Ceará é, disparado, o estado mais afetado da região, com 164 casos registrados. Atrás dele estão Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Os outros estados ainda tem poucos registrados.
"É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária é a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise", segue a carta.
Os governadores ainda concordam que cabe ao Governo Federal uma ação urgente dirigida aos trabalhadores informais e autônomos e declaram que "agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas" e também solicita a urgência de "coordenação e cooperação nacional" para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres.
"Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil", finaliza o texto.
Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta (25), Flávio Dino, governador do Maranhão, declarou que o discurso de Bolsonaro minimizando a pandemia do coronavírus mostra posições nazistas e eugenistas. “Nazismo é entendido como a síntese de alguns valores, como o extremismo, a violência, o belicismo, com a minimização da dignidade da vida humana. E isso está, infelizmente, presente nas visões quase que eugenistas [do presidente], segundo as quais os bons sobreviverão e os maus morrerão”, comentou o político.