Governo Bolsonaro "comemora" 500 dias de mandato e Guedes diz que coronavírus trouxe "benção"

O ministro Luiz Eduardo Ramos ainda debochou de cientistas e defendeu o uso da cloroquina por conta da "sabedoria popular"

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O governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu comemorar os 500 dias de mandato do ex-capitão nesta sexta-feira (15), mesmo com resultados ruins no combate à pandemia do coronavírus e a queda de mais um ministro da Saúde, Nelson Teich.

Para celebrar a data, o Governo Federal lançou um logotipo de 500 dias de governo, lançou um vídeo institucional que diz foram "500 dias de muito trabalho". "Desde o início tínhamos dois compromissos defender a vida e preservar os empregos, a dignidade da vida", diz a peça publicitária.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 13.993 brasileiros já morreram em decorrência da Covid-19 e mais de 200 mil já contraíram a doença. Estimativas da Universidade de Washington apontam que o país pode chegar a 90 mil mortes em razão da postura do presidente de ir contra o isolamento social.

Uma entrevista ministerial também foi convocada. Estiveram presentes Damares Alves, da Mulher e Direitos Humanos, general Walter Braga Netto, da Casa Civil, Paulo Guedes, da Economia, e general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Ninguém da área da Saúde foi convocado, a pasta já teve duas trocas no comando durante a pandemia.

Guedes minimizou a tragédia na área da Saúde e disse que a pandemia trouxe "uma benção" ao comentar sobre as exportações de matéria prima que o país tem realizado.

"O que era uma maldição virou uma benção. Na hora que o meteoro atinge o Brasil - que é essa pandemia -, o que era uma maldição virou uma benção", declarou.

Guedes disse que o governo "está com a bússola na mão". "Vamos atravessar a primeira onda da saúde, juntos, brigando menos, mas vamos atravessar também a onda econômica", afirmou.

"Não assaltem o Brasil. Deixe o gigante levantar. Não permitam que as despesas extraordinárias virem aumento de funcionalismo", completou, ao criticar o aumento de gastos com a pandemia.

Ramos ainda defendeu o uso da cloroquina, debochou de cientistas e citou a "sabedoria popular". "Nós não somos médicos, não tem nenhum médico aqui, mas tem uma expressão na sabedoria popular... O que está se verificando de companheiros que nós já conversamos é que assim que tem o sintoma, ele procure o médico e tá funcionando. Façam uma pesquisa, as pessoas estão sendo curadas sim", declarou.

A substância não tem eficácia comprovada no combate ao coronavírus e foi a principal razão dos embates do presidente com os ex-ministros da Saúde Nelson Teich e Henrique Mandetta.

Assista ao vídeo dos 500 dias:

https://twitter.com/secomvc/status/1261391617463705601

Assista à coletiva de imprensa:

https://www.youtube.com/watch?v=yJwPf2wuO2E