Reitor nomeado por Bolsonaro usa "métodos de administração em Jesus" em disciplina

O curso de 30 horas, que o reitor nomeado sem ser o mais votado oferece, ainda tem na bibliografia o livro "Administração segundo a Bíblia"

Marcelo Recktenvald, escolhido por Jair Bolsonaro como reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) (Reprodução/Facebook)
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Marcelo Recktenvald, escolhido por Jair Bolsonaro como reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), foi professor, nos anos de 2013 e 2014, da disciplina optativa “Espiritualidade e Liderança”, dentro do curso de Administração. A aula, que tinha como objetivo “aprofundar os conhecimentos de liderança e coaching a partir de uma perspectiva da realidade”, tem como referência básica títulos como Jesus Coach, da autora Laurie Beth Jones. As informações são de Ana Luiza Basílio, no site da Carta Capital. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém Recktenvald, que era o terceiro colocado na lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação, vai comandar a universidade federal que tem em Chapecó (SC) seu campus principal, com outros quatro campi no Sudoeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina e Noroeste do Rio Grande do Sul. Jesus coaching Bolsonarista, cristão conservador, defensor da família e pastor batista, o novo reitor baseia seus métodos administrativos em obras que remetem a relatos bíblicos para revelar que os princípios utilizados pelo filho de Deus com seus colaboradores prenunciavam o que dois mil anos mais tarde passariam a ser conhecidos como life coaching. Em seu curso, a lista de leituras inclui ainda Os métodos de administração de Jesus, de Bob Briner, Administração Segundo a Bíblia: métodos de gestão que não envelhecem, de Steve Marr, Espiritualidade no ambiente de trabalho: dimensões, reflexões e desafios, de Anselmo Ferreira Vasconcelos, e Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren. Agradecimentos Pelas redes sociais, Marcelo agradeceu "a comunidade regional" pelo feito e disse "aos apoiadores que desejavam uma mudança na gestão da UFFS - liberta da hegemonia ideológica há anos dominante no ensino superior".