Bolsonaro censura até 2024 informações sobre política de gênero que embasam posição do governo na ONU

Um dos motivos mencionados para rejeitar o acesso foi o risco que o isso poderia representar para a posição negociadora do Brasil e mesmo à segurança nacional

Olavo de Carvalho, Bolsonaro, Ernesto Araujo e Eduardo Bolsonaro (Reprodução)Créditos: Twitter
Escrito en POLÍTICA el
O Ministério das Relações Exteriores se negou a liberar e impôs censura até 2024 sobre supostos documentos que fizeram o governo rejeitar na Organização das Nações Unidas (ONU) os termos "igualdade de gênero" e "educação sexual" em resoluções e textos oficiais. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém Segundo o jornalista Jamil Chade, no portal Uol, o comunicado foi feito pelo Itamaraty a organizações não governamentais, que solicitaram os dados a partir da Lei de Acesso à Informação. Um dos motivos mencionados para rejeitar o acesso foi o risco que o isso poderia representar para a posição negociadora do Brasil e mesmo à segurança nacional. Tensão na ONU Seguindo orientação dada pelo governo Bolsonaro, os representantes do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) implementaram em junho uma patrulha contra o termo “gênero” nas resoluções do organismo multilateral. O fato chocou diversos países, que se opuseram radicalmente à nova postura da diplomacia brasileira. A diplomacia olavista de Ernesto Araújo condenou o uso de qualquer referência que ao termo, argumentando que é uma construção social e o que deve ser levado em conta é o sexo natural da pessoa. Para solucionar, o Brasil pediu a utilização de “igualdade entre homens e mulheres”. A sugestão, que teve apoio integral da Arábia Saudita, surpreendeu os presentes e gerou total rechaço de países europeus, como Noruega, França, Finlândia, Dinamarca e Suíça.