Nos EUA, Guedes culpa comida e energia por inflação

Em entrevista à CNN estadunidense, o ministro afirmou que o governo Bolsonaro não errou na condução da pandemia e que críticas são “barulho político”

Paulo Guedes (Foto: Agência Brasil)
Escrito en POLÍTICA el

O ministro da Economia, Paulo Guedes, que está no Estados Unidos, declarou à CNN estadunidense, nesta terça-feira (12), que a culpa pela alta da inflação no Brasil é o preço de alimentos e energia.

"A inflação está alta em todo o mundo. Metade da inflação é exatamente comida e energia. Por isso, nossa proteção [social] ainda está lá. Vamos manter essa proteção. Vamos aumentar a transferência direta de renda para população pobre para cobrir os preços dos alimentos e da energia", disse Guedes.

Apesar da fala do ministro, ainda não há consenso em torno do novo programa de transferência de renda, o chamado Auxílio Brasil, e também ainda não se sabe de onde o governo federal vai tirar dinheiro para pagar o valor de R$ 300 mensais.

Nos EUA para participar da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro foi questionado pela emissora se o governo Bolsonaro não teria conduzido de forma errática o combate ao coronavírus e a marca de 600 mil mortos foi citada.

O ministro se irritou com a pergunta e afirmou que o Brasil gastou mais com o combate ao coronavírus de que países desenvolvidos e que as críticas ao governo federal são “barulho político”.

"Gastando mais salvando vidas que vocês [Estados Unidos]. Gastamos mais dinheiro salvando vidas que países desenvolvidos. 10% mais. E usamos o dobro de gastos para preservar vias que a média dos países emergentes", respondeu.

Ao falar do gasto com medidas para conter o vírus, Guedes se referia às medidas da primeira onda, tais como o auxílio emergencial, que incialmente o governo Bolsonaro e o ministro eram contra e apresentaram o valor de R$ 150, cabendo ao Congresso Nacional aprovar uma primeira rodada com o valor de R$ 600.

Os jornalistas da emissora perguntaram a Guedes sobre os recursos que ele mantém em paraíso fiscal. Assim como no Brasil, Guedes afirmou que a offshore nas Ilhas Virgens Britânicas é legal, foi declarada e informada à Comissão de Ética da Presidência da República. "Eu não fiz nada de errado", disse Paulo Guedes.

Fujão: Guedes vai para os EUA na semana em que deveria explicar offshore à Câmara

O ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu fugir dos esclarecimentos que deveria prestar à Câmara dos Deputados, em meio ao escândalo dos Pandora Papers sobre offshores em paraíso fiscal, e resolveu viajar para os Estados Unidos nesta segunda-feira (11).

Guedes embarcou para o país da América do Norte para participar da Reunião Anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Com ele, viajou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também citado como um dos donos de investimentos milionários no exterior. A previsão é que ambos retornem ao Brasil na próxima sexta-feira (15).

Desta maneira, Guedes não comparecerá à Câmara para o depoimento que estava previsto para acontecer na quarta-feira (13).

“Ministro da Economia viaja para os EUA e não deverá comparecer ao plenário da Câmara para esclarecimentos sobre sua conta secreta no paraíso fiscal. É um fujão, mas ele pode tirar o cavalinho da chuva: vai ter que depor de qualquer jeito”, reagiu o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

Temas