Ministério Público Eleitoral não vê motivo para cassar chapa Bolsonaro-Mourão

Na avaliação do MPE, não existem ilícitos na conduta descrita pelo PT nas ações que acusam a chapa de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação por disparos em massa no WhatsApp

Bolsonaro e Mourão (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)Créditos: Agência Brasil
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Apesar de inúmeras atitudes de Jair Bolsonaro, que poderiam justificar seu impeachment, o Ministério Público Eleitoral (MPE) não vê motivos para isso. Em uma petição de 55 páginas, obtida pela CNN Brasil, o órgão deve ser julgar improcedentes as ações de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na avaliação do MPE, não existem ilícitos na conduta descrita pelo PT nas ações que acusam a chapa de Bolsonaro de abuso de poder econômico e utilização indevida dos meios de comunicação por disparos em massa no WhatsApp.

“Em síntese, ante o conjunto probatório dos autos, conclui-se pela não comprovação da gravidade dos ilícitos narrados em grau apto para viciar substancialmente a legitimidade e a normalidade das eleições, o que inviabiliza o pedido de cassação do diploma. Do mesmo modo, porque não existem elementos concretos sólidos caracterizadores da participação ou da anuência dos candidatos representados nos atos abusivos, não prospera a declaração de inelegibilidade postulada”, diz.

A ação foi assinada pelo vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco.

Comitê

Em setembro, parlamentares e líderes dos seis partidos que integram a bancada da Oposição na Câmara e outras três legendas favoráveis ao impeachment de Bolsonaro promoveram um encontro. Na ocasião, os partidos formaram um comitê para unificar ações em prol do afastamento do presidente.

PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade, que já haviam fechado questão pelo impeachment, decidiram dar mais um passo e criar um comitê para avançar com as articulações. Essa mobilização surgiu em resposta aos ataques antidemocráticos cometidos pelo presidente nos atos do 7 de setembro.