Inflação corrói poder de compra e frusta vendas no Natal

Segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas no Natal devem registrar uma queda de 2,6% neste ano, acumulando o segundo recuo consecutivo

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Edu Andrade/Ministério da Economia)
Escrito en POLÍTICA el

A política econômica pífia conduzida por Paulo Guedes no governo Jair Bolsonaro (PL) deve resultar em mais um Natal no vermelho para lojistas e comerciantes, que tiveram as vendas frustradas em 2021 por causa da inflação de dois dígitos, que corroeu o poder de compra dos consumidores brasileiros.

Segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas no Natal devem registrar uma queda de 2,6% neste ano, acumulando o segundo recuo consecutivo.

"Os consumidores estão circulando com o bolso castigado por uma inflação de 10%. Para compensar esse efeito que tende a puxar o número de vendas para baixo, teria que ter um aumento de fluxo mais expressivo que a gente teve. Pelo que vemos, estamos caminhando para a segunda queda consecutiva de vendas no Natal", afirmou Fabio Bentes, economista sênior da CNC ao jornal O Globo.

Dados já contabilizados pela entidade mostram que para chegar a um cenário de estabilidade ante 2020, a circulação de pessoas no dia 23 de dezembro deveria ser pelo menos 15% maior do que a da semana passada. Porém, houve um registro de alta de apenas 11,6%.

Para a CNC, a segunda parcela do 13º, paga no dia 20, deu fôlego às vendas, mas não o suficiente para não frustrar os planos dos comerciantes.

Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), conhecida por seu otimismo na era Bolsonaro, houve um aumento de 10% nas vendas ante 2020, insuficiente, no entanto, para superar os números de 2019, no período pré-pandemia.