A cara de pau de Jair Bolsonaro (PL) não tem limites. Após admitir a apoiadores que não pretende "retornar antes" das férias durante passeio na praia em São Francisco do Sul, Santa Catarina, o presidente publicou nas redes sociais um vídeo de um helicóptero do Exército ajudando as pessoas atingidas pela enchente histórica no sul da Bahia com os dizeres: "Continuamos na Bahia".
Bolsonaro tem sido criticado até mesmo por apoiadores pela falta de sensibilidade com a tragédia que ocorre no estado nordestino.
Na noite desta terça-feira (28), o presidente reagiu irritado ao comentário do seguidor Marlon Luiz Santos Vilhena, que criticou o desprezo pela enchente na Bahia, "um estado que você não teve muitos votos".
"Queria saber (SIC) se fosse no Sul?", indagou o seguidor.
Irritado, Bolsonaro mandou o apoiador parar "de se informar pela Globo/Folha", colocando link para publicação em suas redes sociais sobre a MP que abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões para recuperar rodovias.
A MP, no entanto, vai repassar dinheiro até mesmo para estados que não foram atingidos pelas cheias, como São Paulo, Pará e Amazonas.
Segundo informações prestadas pelo governador baiano Rui Costa (PT), apenas 40% desse valor será destinado ao estado, enquanto restante será dividido entre o Sudeste (R$ 50 milhões) e o Norte (R$ 70 milhões) do país.
“O que eu queria só fazer um apelo, porque não é possível recuperar as estradas federais com R$ 80 milhões para o Nordeste. R$ 80 milhões não dá para recuperar a Bahia, pelo estrago que tem. Tem vários rompimentos. Então, eu faço um apelo por um aporte direcionado ao Estado da Bahia. Porque o que está publicado, está aqui no meu celular, a portaria fala de R$ 200 milhões. Nada contra, todos os Estados devem estar precisando. Mas eu acho que no caso é preciso um recurso direcionado para recuperar as estradas da Bahia”, protestou Costa.
Marcelo Sampaio, secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, foi quem deu a informação de que os R$ 200 milhões liberados pela MP seriam destinados à Bahia, mas a informação falsa criou um constrangimento tão grande que o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, precisou criar uma outra versão para o socorro financeiro, dizendo que os R$ 80 milhões seriam, na verdade, “apenas o primeiro aporte” e que o valor era de caráter “emergencial”.
Veja o vídeo publicado por Bolsonaro