Elitismo: Ministro da Educação diz que “universidade deveria ser para poucos”

Milton Ribeiro também criticou professores que não querem aulas presenciais sem as duas doses da vacina contra Covid: “Se pudesse, eu teria mandado abrir todas as escolas”

O ministro Milton Ribeiro - Foto: Isac Nóbrega/PR
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O pastor Milton Ribeiro, ministro da Educação de Jair Bolsonaro, escancarou a face elitista do governo e afirmou que “a universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”. A declaração foi feita em entrevista ao programa “Sem Censura”, na TV Brasil.

“Tem muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande”, disse Ribeiro.

Em relação às cotas, o ministro declarou: “Pelo menos nas federais, 50% das vagas são direcionadas para cotas. Mas os outros 50% são de alunos preparados, que não trabalham durante o dia e podem fazer cursinho. Considero justo, porque são os pais dos ‘filhinhos de papai’ que pagam impostos e sustentam a universidade pública. Não podem ser penalizados”.

Ribeiro também criticou reitores. O ministro afirmou que eles “não podem ser “lulistas”.

Irresponsabilidade

Em relação aos docentes, disse: “Infelizmente, alguns maus professores fomentam a vacinação deles, que foi conseguida; agora [querem a imunização] das crianças; depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, afirmou.

Ribeiro, demonstrando irresponsabilidade em relação aos riscos da Covid-19, destacou: “É preciso contar com a sociedade civil organizada” para que haja a retomada das atividades. “Como que o professor é capaz de ficar em casa e deixar as crianças sem aula? A culpa não é do governo federal. Se pudesse, eu teria mandado abrir todas as escolas. Mas não podemos, depende das redes municipais e estaduais”, acrescentou.