Mordomia: Bolsonaro libera que ministros viajem de classe executiva para o exterior

Decreto anterior, de 2018, afirmava que passagens aéreas deveriam ser "sempre na classe econômica" e que diferença seria paga pelo servidor. Classe executiva costuma custar três vezes mais

Presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) deu mais uma mordomia aos seus ministros. Nesta quarta-feira (12), ele autorizou que os seus funcionários, enquanto estiverem a serviço do Estado no exterior, possam adquirir passagens internacionais na classe executiva quando o voo tiver previsão de mais de sete horas de duração.

O decreto, publicado nesta quarta-feira (12) no Diário Oficial da União (DOU), também é assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Servidores de cargo em comissão ou de função de confiança de nível FCE-17, CCE-17 ou CCE-18", além daqueles que estiverem substituindo ministros ou os de cargo comissionado, também terão acesso ao benefício, de acordo com o texto.

O decreto substitui um feito em 2018 pelo então presidente Michel Temer, que afirma que as passagens aéreas para tais viagens deveriam ser “sempre na classe econômica”. Caso o ministro ou servidor optassem por outra categoria, a diferença seria paga por ele e não pela União.

Em geral, a passagem em classe executiva costuma custar três vezes o valor da classe econômica. Segundo uma simulação feita pela Revista Fórum no site da Emirates, empresa aérea que opera o trecho São Paulo-Dubai (destino muito frequentado pelo governo Bolsonaro), a passagem mais barata em classe econômica sairia R$ 4.973 ida e volta saindo no dia 12 de fevereiro e voltando no dia 28. Já na executiva, ultrapassaria os R$ 20 mil.