Governo de SP nomeia citado na Lava Jato para comandar parque de Ilhabela

Danilo Amaral é coordenador do Movimento Liberal Acorda Brasil e se tornou conhecido em maio de 2015, por intermédio de um vídeo em redes sociais, que o mostra constrangendo Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT), em uma churrascaria.

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Danilo Amaral é coordenador do Movimento Liberal Acorda Brasil e se tornou conhecido em maio de 2015, por intermédio de um vídeo em redes sociais, que o mostra constrangendo Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT), em uma churrascaria. Da Redação* O Governo do Estado de São Paulo contratou para chefiar o Parque Estadual de Ilhabela o advogado Danilo Amaral, mencionado na Operação Lava Jato em delações premiadas de familiares do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. A formalização do ato foi da Fundação Florestal de São Paulo, subordinada à Secretaria do Meio Ambiente do estado (SMA). As informações são do Direto da Ciência. Amaral é coordenador do Movimento Liberal Acorda Brasil, fundado em 2014, e se tornou conhecido em maio de 2015, por intermédio de um vídeo em redes sociais, que o mostra constrangendo Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT), em uma churrascaria em São Paulo. Na ocasião, o advogado acusou Padilha de ter gasto R$ 1 bilhão por meio do programa Mais Médicos. Padilha respondeu que, na verdade, o custo foi de R$ 63 milhões. No dia 16 de maio de 2015, o Blog do Rovai, da Revista Fórum, havia publicado matéria, cujo título é "Saiba quem é Danilo Amaral, o agressor de Padilha". O novo chefe do Parque Estadual de Ilhabela é sócio-proprietário da Trindade Consultoria e Investimentos. Com sede em São Paulo, a empresa é apontada como recebedora de R$ 30 milhões em depoimentos registrados em acordo de colaboração, analisado em maio de 2016 pelo ministro Teori Zavascki, do STF. O secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que embora Amaral tenha sido citado na Lava Jato, ele acabou não sendo indiciado. “Ele prestou esclarecimentos a nós, e ficou claro que ele foi envolvido pelo fato de que na sua empresa havia investimentos do filho do delator” [Expedito Machado, filho de Sérgio Machado], disse o secretário. Questionado pelo motivo de Amaral ter sido escolhido para chefiar o Parque Estadual de Ilhabela, Salles afirmou que a SMA redefiniu o perfil para o administrador dessa unidade de conservação (UC). “Reformulamos o perfil do gestor para priorizar o estabelecimento de parcerias na região”, disse o secretário, acrescentando que a gestora anterior pediu demissão e que sua atuação “não deu certo” porque ela acumulava sua função de gestão com vistorias, pareceres técnicos, fiscalização e outras atividades. Em viagem ao exterior, a bióloga Joana Fava Cardoso Alves, que foi exonerada na semana passada, negou que tenha pedido demissão da chefia do parque. E acrescentou que lhe foi oferecida a possibilidade de permanecer em outra função na unidade de conservação. Mas não questionou a decisão de Salles. “Cada profissional tem uma visão, e o secretário é a autoridade com a prerrogativa de tomar esta decisão”, afirmou. Repúdio Na segunda-feira (31/jul), três dias antes da designação de Amaral, uma moção de repúdio à troca da gestão da unidade de conservação foi emitida por 16 associações empresariais, profissionais, ambientais, entre outras de Ilhabela, inclusive representantes do Conselho Municipal do Plano Diretor de Desenvolvimento Socioambiental, da Câmara Técnica de Ecoturismo e do Conselho Consultivo do Parque. Além de elogiar a ex-gestora da UC por sua atuação, o manifesto afirma que "(…) parece-nos haver, sim, uma mera intenção de aparelhamento político dos cargos de gestores da UCs, bem como de desmonte dos conselhos consultivos, com indicações de membros a cargos sem que a sociedade civil tenha poder de escolha". *Com informações do Direto da Ciência Foto: Reprodução