Governo recua e compra "briga" com agronegócio para evitar greve dos caminhoneiros

Governo assumiu compromisso com "tabela de fretes", que atrela o preço do transporte ao do diesel. Criada por Temer durante a greve dos caminhoneiros, medida foi alvo de críticas dos ruralistas

Tarcísio Gomes de Freitas com integrantes da CNTA (Reprodução)
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Após reunião do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, com integrantes da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) nesta segunda-feira (22), o governo Jair Bolsonaro (PSL) decidiu comprar briga com o agronegócio para evitar greve dos caminhoneiros. Em nota, o ministério anunciou compromisso com os caminhoneiros de repassar o custo do diesel para a tabela de fretes. "Após ouvir as reivindicações, foram firmados os seguintes compromissos: estudar a eliminação de multas desnecessárias aos caminhoneiros; transferência do custo do diesel para a tabela do frete; a fiscalização efetiva da referência de custo do piso mínimo do frete; a celebração de um termo de compromisso com as entidades representantes da categoria para tornar mais efetiva a fiscalização", informou a pasta. A tabela de fretes foi criada no ano passado pelo governo Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros que bloqueou estradas e comprometeu o abastecimento de combustível, de medicamentos e de alimentos em todo o Brasil. A criação era uma das reivindicações da categoria. O mecanismo, no entanto, foi alvo de críticas até mesmo dentro do governo. Na ocasião, o então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que a tabela prejudica o agronegócio. A tabela também foi alvo de contestações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na Justiça.