Governo vai acionar PGR contra Gilmar Mendes após crítica sobre "genocídio" dos militares

O ministro do Supremo criticou o apoio dado pelo Exército à condução do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus e usou o termo

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O Ministério da Defesa divulgou uma nota nesta segunda-feira (13) atacando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelos comentários feito pelo magistrado no sábado (11) sobre o apoio do Exército à condução da pandemia do novo coronavírus por parte do presidente Jair Bolsonaro.

"Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia", diz trecho da nota assinada pelo ministro Fernando Azevedo e Silva e pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Segundo o texto, o Ministério da Defesa vai acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Gilmar pela declaração de que o Exército “está se associando a um genocídio”, se referindo ao fato do Ministério da Saúde estar hoje sob o comando interino do general Eduardo Pazuello, desde a saída de Nelson Teich. Desde a chegada do general, mais de 20 nomes ligados às Forças Armadas foram lotados na pasta.

No domingo (12), Gilmar Mendes voltou a tratar do assunto em tom crítico. “No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos principios democráticos da Carta de 88. Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”, escreveu.