Gráficas não comprovam serviços para ‘laranjas’ ligadas a ministro de Bolsonaro

O resultado reforça a suspeita da polícia de que ou as gráficas não produziram nada do que foi declarado pelas candidatas ou fizeram o material para outras pessoas

(Foto: Reprodução Instagram)
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A Polícia Federal não encontrou, em buscas realizadas na última segunda-feira (29) em gráficas de Minas Gerais, nenhum vestígio de que tenham de fato trabalhado para candidatas laranjas do PSL, partido de Jair Bolsonaro. Elas são ligadas ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (na foto com Bolsonaro). O resultado reforça a suspeita da polícia de que ou as gráficas não produziram nada do que foi declarado pelas candidatas ou fizeram o material para outras pessoas. Quatro mulheres investigadas declararam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter produzido material e outros serviços de campanha nas empresas, que emitiram notas fiscais. Elas estão sob a suspeita de terem simulado concorrer a cargos de deputada estadual e federal. A operação da PF, no entanto, não encontrou registros físicos que indicassem que os serviços tenham efetivamente sido prestados —recibos e ordens de serviços de outras candidaturas, por exemplo, foram encontrados. Essas foram as primeiras buscas feitas pelos policiais na atual investigação. Álvaro Antônio, que dirigia o partido em Minas nas eleições, foi o deputado federal mais votado do estado. Bolsonaro declarou que aguarda a conclusão das investigações para decidir o futuro de seu ministro, que nega irregularidades. Agora, a PF realiza a perícia em computadores, mas quase todas as empresas já sinalizaram que não haveria nada guardado. Após a operação, ao menos dois representantes das firmas foram ouvidos. A polícia considera que as quatro candidatas mentiram em suas prestações de conta. Álvaro Antônio, minimizou a falta de indícios de atuação das gráficas detectada durante as buscas realizadas pela Polícia Federal. "Sobre os materiais produzidos para a campanha, é natural que eles não estejam nas gráficas uma vez que eles foram utilizados na campanha", afirmou o ministro, por meio de sua assessoria. O PSL de Minas, ainda controlado politicamente por Álvaro Antônio, encaminhou resposta similar: "Na visão do partido, estranho seria se materiais que deveriam ter sido distribuídos na eleição estivessem nas gráficas até hoje".