Gravador da Lava Jato de Curitiba tem custo de manutenção em R$ 101 mil ao ano, diz Conjur

Os gravadores da Força-Tarefa são alvo de investigação aberta no Tribunal de Contas da União

Carlos Fernando Santos Lima, Deltan Dallagnol e Januário Paludo, da Lava Jato (Arquivo)
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Um dia depois do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato de Curitiba, afirmar que o gravador da força-tarefa custou menos de R$ 15 mil para minimizar acusações de que ele realizaria grampos, um levantamento feito pela Conjur desmontou a tese "econômica".

Segundo reportagem da Conjur, Dallagnol, que exibiu uma nota fiscal para comprovar que gastava pouco com o gravador, "omitiu informações importantes sobre o caso".

Dados obtidos pela revista apontam que a manutenção mensal custa R$ 8.411,54. Por ano, isso representa cerca de R$ 101 mil. O contrato que prevê esses custos foi firmado em 2018 com a Trendcom, mesma empresa que vendeu o aparelho. O valor total do contrato é de R$ 256.800 e abrange outros gravadores do MPF do Paraná.

Em 2020, ainda houve um aditivo no contrato, que fez a mensalidade subir para R$ 9.632. O novo contrato coloca os custos em R$ 253.431,84 e prevê "remanejamento para Curitiba do custo da central IP".

Os gravadores da operação Lava Jato são alvo de investigação do Ministério Público no Tribunal de Contas da União. O relator do caso no tribunal, ministro Bruno Dantas, mandou investigar não só se a força-tarefa adquiriu aparelhos de interceptação, mas todos os equipamentos que já foram comprados pelo órgão nos últimos anos, em todo o Brasil, para a gravação de ramais internos ou de interceptações telefônicas.