Guedes reclama de aumento da expectativa de vida: "Querem viver 100 anos"

No início da pandemia, equipe do ministro acreditava que mortes geradas pela Covid poderiam ser benéficas em termos econômicos

Antonio Cruz/Agência Brasil
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Na mesma reunião em que afirmou que “o chinês inventou o vírus” e a “vacina dele é menos eficiente que a do americano”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o aumento da expectativa de vida no Brasil.

"Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130 (anos). Não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar, afirmou o ministro nesta terça-feira (27) durante o Conselho de Saúde Suplementar, apontando que o envelhecimento populacional aumenta a demanda por serviços públicos de saúde.

A fala do ministro faz lembrar a notícia da agência Reuters que apontava que, no início da pandemia da Covid-19, assessores de Guedes minimizavam a doença e chegavam a enxergá-la de forma positiva para equilibrar o déficit previdenciário.

“É bom que as mortes se concentrem entre os idosos… Isso melhorará nosso desempenho econômico, pois reduzirá nosso déficit previdenciário”, teria dito a economista Solange Vieira, que comanda a Superintendência de Seguros Privados por indicação de Guedes, em reunião com o Ministério da Saúde. Ela foi uma das figuras centrais na Reforma da Previdência e chegou a ser cotada para presidir o BNDES.

China

A declaração desastrada do ministro foi dada no mesmo encontro em que o ministro disparou ataques contra a China. “O chinês inventou o vírus e vacina dele é menos eficiente que a do americano. O americano tem 100 anos de investimento em pesquisa”, disse. Ele não sabia que a transmissão estava sendo exibida ao vivo pelo Ministério da Economia.

General Ramos e a vacinação escondida

Quem também complicou o governo na reunião foi o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos. O militar afirmou que tomou vacina escondido para “não criar caso”, dando a entender que Bolsonaro teria ficado insatisfeito com a imunização.

Com informações do Correio Braziliense, do Metrópoles e do Estado de Minas

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