Guedes sem moral: Ministério do Trabalho, dado a Onyx, leva 66% da Economia

Antes chamado de superministro, o economista admirador de Pinochet perde cada vez mais espaço, força e, sobretudo, orçamento no governo Bolsonaro. Seria o fim do ‘Posto Ipiranga’?

Edição de imagens
Escrito en POLÍTICA el

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anda meio cabisbaixo nos últimos tempos. Com a proximidade cada vez maior do governo Bolsonaro com o chamado centrão, que já tomou boa parte da máquina administrativa e política do presidente extremista, sua pasta vem sendo retalhada e tem perdido força, influência e, principalmente, orçamento.

O economista que chegou à Esplanada do Ministério já na estreia do atual governo federal, e que sempre foi visto como um acadêmico medíocre e de ideias ultrapassadas, além de ser um radical liberal que se assume admirador do ditador genocida chileno Augusto Pinochet, desta vez perde campo para o recém-recriado Ministério do Trabalho e Previdência, que será entregue nas mãos de Onyx Lorenzoni, um fiel escudeiro da caótica gestão de Jair Bolsonaro.

O fatiamento da pasta de Guedes que recriou o Ministério do Trabalha levará, segundo um levantamento realizado pela consultoria Associação Contas Abertas, aproximadamente 66% dos recursos antes disponíveis na Economia, um valor que gira em torno de R$ 800 bilhões.

A reforma ministerial realizada por Bolsonaro para aliviar a fome de poder do centrão acabou por tirar órgãos importantes da Economia, como o Fundo de Ampara ao Trabalhador (FAT) e o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), duas peças-chave na composição dos quadros e do orçamento do Ministério da Economia, chefiado pelo ‘Posto Ipiranga’, apelido dado a Guedes pelo presidente ainda em campanha.

E a sangria na Economia não para por aí. O Fundo Nacional de Previdência Complementar, o Fundo do Regime Geral de Previdência Social e outros fundos previdenciários também devem passar para o Ministério do Trabalho e Previdência de Onyx Lorenzoni, acentuando ainda mais o enfraquecimento do antes superministro, que já foi apontado como o mais influente do gabinete presidencial.