Guido Palomba, reconhecido psiquiatra forense, diz que Bolsonaro tem traços de psicopatia

"Se acham grandes poderosos e aí vem a tirania", afirma o especialista

Guido Palomba (Reprodução)
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O psiquiatra forense Guido Palomba, membro emérito e ex-presidente da Academia de Medicina de São Paulo, afirmou em entrevista ao Jornal da Cultura, nesta quinta-feira (18), que o presidente Jair Bolsonaro possui traços de psicopatia, ou condutopatia. Segundo o especialista, o comportamento do mandatário apresenta elementos suficientes para uma hipótese diagnóstica.

Palomba citou características típicas de condutopatas que enquadrariam Bolsonaro nessa patologia. "São ególatras, ou seja, estão sempre pensando em si mesmos. São indivíduos que não têm remorso nunca. São tidos como pessoas toscas, capazes de ter determinados comportamentos e não percebem aquilo que estão fazendo de errado", comentou o psiquiatra.

"Diante do comportamento do senhor Jair, eu acho que há elementos suficientes para que se possa dar uma hipótese diagnóstica. Se acham os grandes poderosos, e aí vem a tirania, porque só eles que estão certos. Essas pessoas não deveriam nunca ter esse poder de mando, mas quando têm é sempre uma lástima", completou.

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O especialista já havia sustentado essa opinião em artigo da Folha de S.Paulo, intitulado "Jair Messias e o 'pai dos psicopatas'", publicado na quarta-feira (17). Ele cita como referência o livro “Personalidades Psicopáticas” de Kurt Schneider, psiquiatra alemão. A obra rendeu ao autor o reconhecimento de “pai dos psicopatas”.

No texto, Palomba traça ainda mais paralelos entre as características do que chama de "personalidades anormais" com o comportamento de Bolsonaro. "Carentes de compaixão, toscos em regra, anestesiados de senso moral. Frente ao sofrimento alheio, à morte de milhares de pessoas, não medem palavras, como “eu não sou coveiro”, “chega de frescura” e “vai ficar chorando até quando?”. Não há ressonância afetiva com a dor alheia", afirma o psiquiatra.

Em outro trecho, o especialista alerta: "São, por todo o quadro, de periculosidade social. Nada os detêm, salvo reprimenda enérgica, judicial e legal".