Hashtag #somosgamersnaoassassinos chega ao primeiro lugar nos TT’s após declaração de Mourão

O vice-presidente, contudo, evitou relacionar o Massacre de Suzano ao decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que flexibiliza a posse de armas no país

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Após a declaração do vice-presidente, general Hamilton Mourão, nesta quarta-feira (13), insinuando que o massacre de Suzano pode ter sido desencadeado pelo uso excessivo de videogames, a hashtag #somosgamersnaoassassinos chegou ao primeiro lugar, nesta quinta-feira (14), nos Trend Topics do Twitter no Brasil. [caption id="attachment_168879" align="alignnone" width="424"] Foto: Reprodução Twitter[/caption] "Temos que entender o porquê disso estar acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil. Vemos essa garotada viciada em videogames violentos... Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí. (...) Quando eu era criança, jogava bola, soltava pipa. A gente não vê mais essas coisas. Lamento profundamente tudo que ocorreu. Estou muito triste com a situação", comentou o vice-presidente. O vice-presidente, contudo, evitou relacionar o Massacre de Suzano ao decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que flexibiliza a posse de armas no país, supondo que a arma utilizada pelos assassinos era ilegal. Mourão falou ainda sobre a mudança de costumes das novas gerações. Não é a primeira vez, porém, que um líder político relaciona tragédias deste tipo a jogos de videogame. Durante um encontro sobre a violência nas escolas dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump tomou posição contra os jogos de tiros, dizendo que a violência dos jogos 'tem feito a cabeça dos jovens'. O governador do Texas também culpou os jogos pela violência de jovens. Não há como associar games com violência Uma nova pesquisa conduzida pelo Oxford Internet Institute chegou à conclusão que não há como associar comportamentos violentos em jovens ao tempo que eles se dedicam a games com conteúdos violentos. Publicada na Royal Society Open Science, a pesquisa levou em consideração dados de jovens britânicos e a classificação oficial dos jogos vendidos na região. “A ideia de que vídeo games violentos incitam agressões no mundo real é popular, mas isso não foi muito bem testado com o passar do tempo”, afirmou o professor Andrew Przybylski, diretor de pesquisa do Oxford Internet Institute que liderou as pesquisas. A iniciativa levou em consideração tanto relatos dos jovens quanto registros de parentes e cuidadores para determinar o nível de agressividade de cada pessoa. “Nossas descobertas sugerem que os preconceitos de pesquisadores podem ter influenciado estudos anteriores sobre o tópico e distorceram nosso entendimento dos defeitos dos videogames”, afirmou o Dr. Netta Weinstein, um dos coautores do trabalho que trabalha na Universidade de Cardiff. “Parte do problema na pesquisa de tecnologia é que há muitas maneiras de analisar os mesmos dados, o que vai produzir diferentes resultados”, observou Przybyslki. Estudos mais aprofundados são necessários Segundos os pesquisadores, a falta de correlação entre games e comportamentos violentos não significa que jogos não causem situações em que o consumidor fica zangado. Os autores também afirmam que estudos mais aprofundados devem ser realizados para determinar se ideias como “mídias sociais levam à depressão” e “o vício em tecnologia diminui a qualidade de vida” realmente são verdadeiras. Ao todo, o estudo do Oxford Internet Institute analisou o comportamento de 2.008 jovens britânicos com 14 e 15 anos de idade, que responderam questionários sobre suas personalidades e comportamentos dentro dos games. Além disso, foram levadas em consideração as perguntas respondidas por parentes e cuidadores com base no questionário “Strenghts and Difficulties”. O nível de violência nos games não foi determinado pelos jovens estudados, mas sim pelo Pan European Game Information (PEGI), órgão regulador da Europa e pela Entertainment Software Rating Board (ESRB), que desempenha papel semelhante nos Estados Unidos. A intenção foi que, com isso, os pesquisadores teriam condições mais objetivas de analisar o assunto em questão. Veja abaixo algumas reações com a hashtag #somosgamersnaoassassinos: Com informações do Voxel