Herdeira do Itaú: “entre Lula e Bolsonaro eu voto em Lula no 2º turno"

Maria Alice Setubal disse ainda que parte da elite financeira que esteve num primeiro momento com Bolsonaro se afastou dele

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Maria Alice Setubal, presidente do conselho curador da Fundação Tide Setubal e herdeira do conglomerado Itaú, afirmou em entrevista à repórter Thais Carrança, da BBC Brasil, publicada nesta quinta-feira (12), que parte da elite financeira que esteve num primeiro momento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se afastou dele.

Neca, como é conhecida, fez a afirmação ao comentar o manifesto, do qual é signatária, de mais de 250 empresários, economistas e intelectuais lançado no início de agosto com um recado bem claro para Bolsonaro: o “Brasil terá eleições e os seus resultados serão respeitados”.

O manifesto tem como objetivo repudiar os ataques de Bolsonaro à urna eletrônica e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.

A resposta surgiu após ser questionada sobre a estátua em homenagem ao ministro da Economia, Paulo Guedes, colocada em uma empresa do setor financeiro da Faria Lima.

"Parte expressiva da Faria Lima se posicionou a favor do sistema eleitoral brasileiro, a favor da democracia e a favor da estabilidade política. Então é difícil dizer 'as elites' — as elites são divididas. Parte dessa elite, que esteve num primeiro momento com Bolsonaro se afastou dele. E eu acho que esse manifesto da semana passada foi um sinal importante de que parte da elite não vai adentrar qualquer aventura que possa acontecer politicamente", disse.

Neca reafirmou ainda que, mesmo tendo sofrido ataques pelo PT, votará em no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sem a menor dúvida" num eventual segundo turno entre ele e Bolsonaro.

"Como cidadã e como figura pública, vejo que Lula tem um compromisso com a defesa da democracia e com todas as suas instituições. Ele também se compromete com o projeto de um país mais justo, menos desigual, no qual as diferentes vozes, brancas, negras e indígenas, poderão ser ouvidas e apresentarem suas demandas e visões de mundo", afirmou.