Ibope sugere cenário indefinido nas eleições ao Governo do Rio

Há sinais bem claros de que o eleitor permanece bastante cético em relação às opções disponíveis. E tudo o que ocorreu com o estado de lá pra cá, tende a aumentar o desanimo do eleitor

Eduardo Paes e Romário. Foto: Reprodução TV Band
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Por Vinicius Wu* O Ibope divulgou hoje (20 de agosto) a primeira pesquisa de intenção de voto ao Governo do Rio após o início da campanha oficial. Como o eleitorado, em geral, ainda não parou para prestar a atenção na disputa estadual, vale a pena observar bem os números das respostas espontâneas (quando o pesquisador não indica os nomes dos candidatos). Neste caso, temos números bem inferiores aos do início da última disputa ao Palácio Guanabara. No atual levantamento, Garotinho aparece em primeiro, com 6%, seguido por Romário, 5, e Eduardo Paes com 4. Depois destes, temos um bloco formado por cinco candidatos (Tarcísio, Pedro Fernandes, Marcelo Trindade, Márcia Tiburi e Wilson Witzel) todos oscilando entre 1 e 2%. A título de comparação, na primeira pesquisa realizada pelo IBOPE a pedido da TV Globo, após definição oficial das candidaturas em 2014, (e isso foi feito já em 31 de Julho daquele ano), Garotinho aparecia com 12%; Pezão, 9; Crivella, 6, e Lindbergh, 4%, percentuais bem acima do que foi apresentado pelos atuais postulantes ao Palácio Guanabara. Também chama a atenção os elevados índices de rejeição aos candidatos que lideram a atual sondagem: Garotinho registra 55% de rejeição e Eduardo Paes, 38%. Novamente, comparando com 2014: Na oportunidade, o mesmo Garotinho tinha 44% e Pezão, que acabaria vencendo o pleito, tinha 17%. Finalmente, outro dado importantíssimo: na sondagem realizada em 2014, 25% declaravam votar branco ou nulo no início da campanha. Desta vez, são 34%, que se somam aos 44% que não sabem ou não responderam. Ou seja, o debate sobre a escolha do futuro governador(a) do Rio de Janeiro parece não ter motivado ainda o eleitor(a) fluminense. E é muito importante lembrarmos que os primeiros colocados (Garotinho, Paes e Romário) são bastante conhecidos pelo eleitorado. Há sinais bem claros de que o eleitor permanece bastante cético em relação às opções disponíveis. Em 2014, Pezão foi eleito com menos votos do que a soma de abstenções, brancos e nulos. E tudo o que ocorreu com o estado de lá pra cá, tende a aumentar o desanimo do eleitor. O cenário, portanto, está por ser construído e seria difícil apontar, hoje, os eventuais classificados a um provável segundo turno. Numa campanha tão curta, os números divulgados pelo Ibope hoje tornam o desfecho da disputa ainda mais imprevisível.   *Vinicius Wu, Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio