Impeachment: Líder do centrão já fala em "demitir presidente"

O deputado diz que não fez o comentário como uma ameaça. Para ele, "quanto mais desarticulado o governo", melhor para o Congresso

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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O ex-ministro da Saúde de Michel Temer, Ricardo Barros (PR), hoje deputado pelo PP, afirmou nesta quarta-feira (11), em reunião da bancada de deputados federais do Paraná com o ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), Luiz Eduardo Ramos, que "o presidente não pode demitir deputado, mas o deputado pode demitir o presidente". Durante a reunião, Ramos foi cobrado pela liberação de cargos e verbas relacionadas ao acordo para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém Ele justificou a demora dizendo que não há dinheiro disponível, mas que seria liberado em breve. Quanto aos cargos, Ramos tem se mostrado insatisfeito com deputados que têm cargos em órgãos federais, mas se posicionam contra o governo. A frase de Barros foi uma reação à cobrança. O deputado diz que não fez o comentário como uma ameaça. Para ele, "quanto mais desarticulado o governo", melhor para o Congresso. “Se precisar demitir o presidente nós demitimos, ele não pode demitir o Congresso. A palavra é nossa final, ele é que tem que querer estar de bem conosco. Se ele não quer, está ótimo para nós. O Congresso está vivendo um ótimo momento com essa independência”, diz Barros. Para o deputado, o esquema em que o governo optou por governar, sem negociar ministérios com partidos, não dá margem para que deputados sejam cobrados depois por votações específicas. Isso faz com que o Congresso seja mais independente, segundo Barros, eleito deputado federal pela primeira vez em 1994. Por outro lado, Ramos amenizou a conversa e disse ao GLOBO que a declaração de Barros não teve nenhuma intenção provocativa e que o deputado fez apenas uma explanação sobre o presidencialismo de coalizão, esquema em que os partidos governam em conjunto com o presidente, mas ocupam cargos de primeiro escalão, como ministérios. “Foi uma conversa bem franca. Ricardo Barros, que é um deputado muito experiente, fez uma explanação sobre presidencialismo de coalizão. Disse que o Parlamento já impediu Collor e Dilma. Não teve nenhuma intenção negativa, e a conversa foi muito boa.”