Imprensa alinhada tem que refazer ou apagar manchetes que elogiavam demissão de ministro

Se apressaram em elogiar atitude de Bolsonaro ao demitir ministro que usou laranjas em sua campanha. O ministro, no entanto, saiu apenas para tomar posse e depois volta

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A imprensa alinhada com o governo de Jair Bolsonaro levou uma bola nas costas na manhã desta quarta-feira (6), com a falsa demissão do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PSL/MG). O Antagonista e o Jornal da Cidade, aliados de primeira hora de Bolsonaro, se apressaram em publicar a notícia da demissão do ministro como um grande acerto do presidente. [caption id="attachment_166070" align="alignnone" width="300"] Foto: Reprodução[/caption] Tudo, no entanto, não passava de uma estratégia rasa para que o ministro apenas tomasse posse na Câmara dos Deputados e depois retornasse. Todos correram para refazer ou apagar as suas manchetes, que glorificavam a atitude do presidente. [caption id="attachment_166071" align="alignnone" width="300"] Foto: Reprodução[/caption] Além do papelão, os colegas terão que continuar a conviver no seu governo de preferência com o ministro acusado de patrocinar um esquema de candidaturas laranjas no estado que direcionou verbas públicas de campanha para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara. Uma das mulheres envolvidas, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa, disse nesta terça-feira (5) ter sido ameaçada por dois assessores do ministro do Turismo e pediu asilo político para o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) de Portugal. “Não viria pra cá [Portugal] assim rapidamente se não fosse para poupar a nossa vida”, disse Cleuzenir que, em dezembro, afirmou ao Ministério Público que foi coagida por dois assessores do atual ministro a devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil de verba pública de campanha que havia recebido do PSL. Com o esquema, o comando nacional do partido do PSL repassou R$ 279 mil a quatro candidatas, que tiveram pouco mais de 2 mil votos no Estado. O valor representa o percentual mínimo exigido pela Justiça Eleitoral (30%) para destinação do fundo eleitoral a mulheres candidatas.