Imprensa mundial repercute ação do TSE contra Bolsonaro por fake news

Decisão da corte eleitoral de enquadrar presidente é notícia em jornais do exterior, que ressaltam que o presidente manobra, abusando do poder e dos meios de comunicação públicos, para deslegitimar democracia

Foto: Band/Reprodução
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A imprensa mundial repercutiu nesta terça-feira (3) a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abrir inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por conta das acusações infundadas que o chefe do Executivo federal vem fazendo contra o sistema de votação brasileiro, na tentativa de minar as eleições do próximo ano.

O diário francês Le Monde destaca que Bolsonaro “será investigado por abusar do poder e dos meios de comunicação públicos, com fraudes e corrupção, para atacar o sistema de voto eletrônico e a legitimidade das eleições”. A publicação com sede em Paris relata ainda a live de duas horas na qual o presidente brasileiro apresentou argumentos sem sentido para seus seguidores como se fossem provas de fraude na votação.

o El Mundo, periódico espanhol com sede em Madri, traz a informação que Bolsonaro será investigado no TSE por ter “disseminado notícias falsas em numerosas ocasiões e por realizar diversos ataques às instituições democráticas através das redes sociais”.

Uma das publicações mais prestigiadas do Reino Unido, o The Guardian, avaliou que o Tribunal Superior Eleitoral resolveu abrir inquérito depois que “Bolsonaro intensificou sua longa cruzada contra o voto eletrônico do Brasil nas últimas semanas, aparentemente esperando inflamar seus apoiadores num momento em que sua popularidade está despencando por conta de sua gestão frente à pandemia, que já matou quase 560 brasileiros”.

Em Portugal, onde a cobertura do governo Bolsonaro é mais intensa e gera forte debate na sociedade local, o jornal Público lembra que a radicalização nos discursos e no comportamento do chefe de Estado brasileiro “coincidem com a ascensão do ex-presidente Lula nas pesquisas de opinião, que o colocam bem à frente do atual mandatário, e que por conta disso Bolsonaro vem tentando criar um clima de desconfiança para o pleito de 2022”.