Influenciadores enganam a lei e utilizam posts pagos para divulgar Bolsonaro no Facebook

Legislação permite que apenas candidatos, partidos e coligações têm direito a impulsionar conteúdo na rede social, o que não está sendo seguido

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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[caption id="attachment_142700" align="alignnone" width="700"] Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/caption] Mais uma vez a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) mostra que não está muito preocupada em seguir a lei eleitoral, pois, ao contrário do que permite a legislação, pessoas físicas têm despejado dinheiro em anúncios no Facebook para fazer propaganda para o candidato militar à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e para criticar Fernando Haddad (PT). Segundo reportagem de Artur Rodrigues, da Folha de S.Paulo, o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais não é permitido para terceiros. A lei eleitoral prevê que apenas candidatos, partidos políticos, coligações e seus representantes possam utilizar o recurso. A regra indica que posts pagos devem ser descritos como propaganda eleitoral e não podem conter críticas a outros candidatos — o que não tem sido seguido. Há influenciadores digitais e ex-candidatos, entre outros que patrocinam a campanha do militar. Um exemplo é Ricardo Santi, influenciador digital que cuida de inúmeros sites. Ele pagou 11 anúncios, por intermédio de páginas diferentes, para promover Bolsonaro e criticar Haddad. Parte das postagens impulsionadas são da página “Eu amo meu nordeste”. Uma das mensagens apresenta uma mulher e uma criança. A mulher diz o nome do candidato petista, ao que a criança bate na mão dela e diz: “Haddad não, minini, Bolsonaro!”. Santi também impulsiona conteúdo por meio de outra página, a “Operação Bolsonaro”. Além disso, ele mantém os perfis “Reacionário de Topete” e “Time Bolsonaro”. Juntas, as páginas somam cerca de 500 mil seguidores. Por meio da biblioteca de anúncios criada pelo Facebook, a Folha de S.Paulo encontrou outros casos de anúncios eleitorais de simpatizantes do presidenciável do PSL que descumprem as regras eleitorais. O Facebook afirmou que respeita a Justiça brasileira. “Cumprimos decisões judiciais de remoção de conteúdo específico, nos termos da legislação eleitoral e do Marco Civil da internet”, afirma nota.