Ironia do destino: Foi Maria do Rosário (PT-RS) quem regulamentou tradução de Libras no Brasil

Na posse presidencial, Michelle Bolsonaro fez um discurso em Libras, a língua brasileira de sinais utilizada para se comunicar com deficientes auditivos; a ironia é que quem regulamentou a profissão foi a deputada federal Maria do Rosário, aquela que o marido da primeira-dama disse que não a estupraria porque ela "não merece"

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Se não fosse a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a tradução em Libras que a primeira-dama Michelle Bolsonaro utilizou para fazer um discurso na posse de seu marido no dia 1 de janeiro sequer seria considerada uma profissão. Foi a petista, rival de Jair Bolsonaro, quem mais atuou pela comunidade com deficiência auditiva que a primeira-dama pretende se aproximar. A regulamentação da profissão de tradutor de Libras foi instituída em 2010 através de um projeto de lei da deputada gaúcha. A ironia do destino está no fato de que, anos antes, Maria do Rosário foi agredida verbalmente por Bolsonaro quando o então parlamentar afirmou e reafirmou em outras ocasiões que não estupraria a deputada porque ela "não merece". Para o presidente eleito, a petista "é feia" e não faz seu "tipo", por isso, não mereceria sofrer um estupro. A fala repercutiu no mundo todo e rendeu ao capitão da reserva uma condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por incitação ao estupro.