Isa Penna contesta nova estratégia de Fernando Cury: “continuidade do assédio”

Deputado estadual, acusado tocar os seios da colega durante sessão da Alesp, apresentou novo laudo dizendo que colocou os dedos “em região sem maior intimidade” e que o ato “não foi percebido pela deputada”

Isa Penna e Fernando Cury (Foto: Montagem/Reprodução)
Escrito en POLÍTICA el

A deputada estadual Isa Penna (PSOL-SP) criticou a nova estratégia do seu colega Fernando Cury (Cidadania-SP), que apresentou um novo laudo para tentar deslegitimar a acusação de assédio que ele responde no Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), por ter tocado os seios de Penna durante uma seção da casa, em dezembro de 2020.

Segundo Penna, a nova versão de Cury para os fatos é uma “continuidade do assédio”, pois se trataria de um relato que “fortalece a cultura do estupro no Brasil, naturalizando como normais e corriqueiros atos que são violações do corpo das mulheres”.

A crítica da deputada se dá principalmente pelo novo argumento da defesa de Cury, de que, segundo novo laudo realizado sobre o vídeo que mostra a ação do parlamentar, ele teria colocado seus dedos “em região sem maior intimidade”.

Outro trecho da perícia afirma que o toque foi “sem pressão, de forma tão leve que o ato não foi percebido pela deputada”, já que ela não teria reagido à situação.

Isa Penna contestou essa afirmação, dizendo que o vídeo mostra que ela teve uma reação automática ao toque de Cury em seus seios.

A deputada também alegou que “mesmo que eu não tivesse reagido na hora, isso não significaria que o assédio não ocorreu. Por conta da cultura de estupro, muitas mulheres no Brasil são educadas a terem medo e não reagirem a assédios, e essa é justamente a forma mais comum de culpabilização das mulheres pelo assédio sofrido: se a mulher não reagiu, o assédio não ocorreu”.

Vale lembrar que, além da acusação no Conselho de Ética da Alesp, Cury também responde a inquérito por assédio sexual instalado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, além de um processo interno dentro do seu partido, o Cidadania, que poderia terminar com a sua expulsão.