IstoÉ fecha com Bolsonaro e ataca Haddad em capa

Assinada pelo mesmo jornalista que comemorou prisão de Lula, publicação acusa Haddad de ser bandido e ignora o que foi feito à frente de sua gestão no MEC

Foto: Ricardo Stuckert
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Uma semana após trazer acusações falsas contra o ex-presidente Lula, a revista IstoÉ partiu para cima do candidato Fernando Haddad (PT), segundo colocado nas intenções de voto. Com a capa, a revista mostra que aderiu ao militar da reserva Jair Bolsonaro. A matéria é assinada pelo editor de política da publicação, Germano Oliveira. No dia do julgamento do ex-presidente no TRF-4, ele publicou uma selfie no tribunal comemorando a decisão, que levaria “Lula para trás das grades”. O texto afirma que Haddad teria 32 processos contra ele, chama-o de “poste”, ignora o currículo do candidato e diz que sua gestão à frente do Ministério da Educação teria sido “atabalhoada”. A passagem pelo ministério é uma das principais propagandas do petista. Foi na sua gestão que foram implantados o Programa Universidade para Todos (ProUni), democratizando o acesso à universidade para estudantes de baixa renda, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para avaliar a qualidade do ensino nas escolas públicas no país e foi aprovada a Lei nº 11.738/2008, que fixou um piso salarial para todos os professores de escolas públicas da educação básica. No período como ministro, houve expansão e interiorização do ensino superior, quando foram criadas 18 novas universidades federais, 173 campus universitários e 360 unidades dos institutos federais. A revista ainda diz que Haddad prometeu “construir 55 mil casas populares e só levantou 10 mil”. Esses números já foram desmentidos pelo professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP João Whitaker. “A gestão de Fernando Haddad conseguiu viabilizar, em uma ou mais etapas da construção, dentre todas as acima descritas, 54.563 unidades, muito mais do que qualquer gestão anterior)”, rebateu o urbanista que foi secretário de Habitação. A publicação não só acusa Haddad de bandido, como diversas outras lideranças do partido. Sem sequer ouvi-los. Resta a pergunta: É isso mesmo que é jornalismo?