Janaina Paschoal anuncia que não será vice de Bolsonaro

Para a advogada do golpe, Bolsonaro, que já afirmou que fraquejou por ter tido uma filha mulher, "não é machista"

Janaína Paschoal (Arquivo)
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A advogada Janaina Paschoal, autora da ação de impeachment contra Dilma Rousseff e professora da Universidade de São Paulo, estava cotada para a chapa do candidato do PSL à presidência Jair Bolsonaro. Mas neste sábado (4), ela anunciou que não será parceira de chapa do militar. Em entrevista à GloboNews na noite de sexta-feira (3), o candidato afirmou que seu vice seria Janaina ou Luiz Philippe de Orléans e Bragança, membro da família real brasileira e chamado de "príncipe". "Cheguei à conclusão de que, neste momento, não tenho como concorrer à vice-presidência. Por questões familiares, por ora, eu não posso me mudar para Brasília. A minha família não me acompanharia", disse ela em seu Twitter. Janaína ainda rasgou elogios ao candidato. "Sou testemunha de que Bolsonaro não é machista. Ele me tratou de igual para igual, desde o primeiro momento. Sou testemunha de que ele não é autoritário, cedeu em muitos pontos. Todos puderam constatar a sua tolerância com os meus posicionamentos." Bolsonaro é conhecido pelas suas declarações machistas e misóginas. Em um evento público chegou a dizer: “Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher". Ele ainda ofendeu a deputada Maria do Rosário (PT-RS), dizendo que "ela não merecia ser estuprada". A advogada que lutou para tirar a presidenta eleita da presidência disse também que, no momento, vai se dedicar a luta contra o aborto, na ação proposta pelo PSOL com assessoria técnica da Anis - Instituto de Bioética (ADF 442). Em tramitação no STF, a ação pede a exclusão do Código Penal dos artigos 124 e 126, que definem como crime a interrupção da gravidez tanto para a mulher, quanto para quem a ajuda a abortar.