Januário Paludo, da Lava Jato, foi testemunha de defesa de doleiro que teria pago propina a ele

O processo contra o doleiro tem relação com o caso Banestado, que projetou Sergio Moro na magistratura e pelo qual o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro foi investigado no Conselho Nacional de Justiça

Carlos Fernando Santos Lima, Deltan Dallagnol e Januário Paludo, da Lava Jato (Arquivo)
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O procurador da Lava Jato, Januário Paludo, atuou como testemunha de defesa do doleiro Dario Messer em 2011 em um processo que tramita na Justiça Federal do Rio de Janeiro. Em conversa interceptada pela Polícia Federal, Messer, que é conhecido como “o doleiro dos doleiros”, diz que pagou propina a Paludo para garantir uma blindagem nas investigações da Lava Jato.

Segundo reportagem de Vinicius Konchinski, no portal Uol neste sábado (15), Paludo foi chamado a prestar depoimento por um advogado do doleiro. Aceitou e o inocentou em juízo. O nome do procurador ainda é citado no pedido de absolvição de Messer, encaminhado pela defesa do doleiro à Justiça recentemente, segundo o jornalista.

O processo contra o doleiro tem relação com o caso Banestado, que projetou Sergio Moro na magistratura e pelo qual o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro foi investigado no Conselho Nacional de Justiça.

No depoimento, o procurador disse ter investigado o envolvimento de Messer no caso Banestado, entre 2003 e 2005. Ressaltou não ter encontrado provas contra o doleiro ou sua família. "Até a parte onde eu fui, não identificamos, em princípio, nenhuma ligação da família Messer", disse.

Mas Paludo não disse no depoimento que, em 2005, ele e seus colegas pediram na Justiça a prisão preventiva de Messer. A medida deve ser solicitada quando existem indícios suficientes para ligar um investigado a um crime.