Jaques Wagner: "Governo Bolsonaro está sentindo o veneno que usaram contra a Dilma"

Senador (PT-BA) afirma que governo federal vive situação semelhante ao segundo governo Dilma com relação à necessidade de aprovação de crédito suplementar para preservar regra de ouro; rompimento da regra abriria margem para um processo de impeachment

Foto: Foto: Elza Fiúza/ Agência Brasil
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Em entrevista dada ao portal BNews, o senador e ex-ministro Jaques Wagner afirmou que o governo Bolsonaro está prestes a passar por uma situação complicada de crédito, assim como a vivida por Dilma Rousseff no período que antecedeu o impeachment de 2016. Se o pedido de crédito suplementar de R$248 bilhões enviado ao Congresso essa semana não for aprovado, o Executivo corre o risco de ficar paralisado e ameaça romper a chamada "regra de ouro", que impede que o governo emita dívida pública por mecanismos de crédito para cobrir despesas como salários e benefícios sociais, como o Bolsa Família. Na quarta-feira (29), o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, assumiu que a solicitação de crédito "embananou". Jaques Wagner, senador da Bahia, comparou a situação com o início do segundo governo Dilma. “Esse é o problema dele. Fizeram aquele barulho todo contra a Dilma até levar o impeachment dela e agora estão vendo que aquilo não era crime nenhum, era necessidade que você tem na hora que o orçamento aperta, você precisa de uma suplementação. Estão, na verdade, sentindo o veneno que eles mesmos usaram contra a Dilma. Eu acho bom para aprender”, afirmou. O senador criticou a atuação da oposição durante o segundo governo de Dilma e disse que "Deus ensina": "Quando você é oposição não tem que ficar perturbando e impedindo o governo de governar, você tem que tentar melhorar as coisas. É esse o papel da oposição, e não o que fizeram depois que  a Dilma ganhou em 2014. Era o tempo todo só criando problema, pauta bomba”. Wagner ainda considerou que o principal problema de Bolsonaro está no próprio governo. "A condução toda da política dele tem sido muito confusa, e não porque a gente [da oposição] esteja fazendo um trabalho para impedir o governo de resolver. É porque entre eles mesmos não se acertam", declarou. O rompimento da "regra de ouro" abriria margem para um processo de impeachment.