Jaques Wagner (PT) diz que seu nome está posto para a disputa estadual ou nacional

Senador da Bahia ainda disse que "o PT seguramente não foi enterrado, para a tristeza de alguns e para a alegria de outros", mas defendeu uma "mudança de conteúdo" no partido

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O senador Jaques Wager (PT-BA), que há anos é um dos nomes cotados do PT para disputar a presidência da República, afirmou nesta segunda-feira (30), em entrevista à Rádio Metrópole, que está à disposição tanto para a disputa nacional quanto para a disputa estadual em 2022.

"Meu nome está posto, tanto na cena nacional como na cena estadual. Tenho responsabilidade, me lembro que você me perguntou se eu seria candidato a prefeito. Eu disse que de jeito nenhum. Você me perguntou se eu seria candidato a governador e eu disse que vai depender exatamente se for para manter a unidade do grupo, eu colocarei meu nome", disse Wagner, que governou o estado da Bahia entre 2007 e 2014.

Segundo o petista, o tema sobre uma possível candidatura sua já começará a ser discutida ainda esta semana com o ex-presidente Lula e também com o atual governador baiano, Rui Costa.

Nos bastidores, além do nome de Wagner, cogita-se no PT uma candidatura de Fernando Haddad, derrotado por bolsonaro em 2018, em uma aliança com Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão.

Na entrevista, o senador disse ainda que o PT, ao contrário do que aventam alguns analistas, não saiu "enterrado" dessas eleições municipais. "Quem foi derrotado mesmo foi o estilo do atual presidente, que não teve nenhuma vitória expressiva. Também não há um partido que saiu da eleição como o partido do futuro. E o PT seguramente também não foi enterrado, para a tristeza de alguns e para a alegria de outros", declarou.

Segundo o petista, a conjuntura em 2022 será diferente das eleições de 2020. "Na Bahia, tem gente comemorando precipitadamente. É bom lembrar que apressado come cru. Em 2016, também não ganhamos Salvador, Feira, Conquista e Camaçari. Nem sequer fomos ao 2º turno em Feira e Conquista. E em 2018, Rui Costa teve uma eleição retumbante e elegemos 2 senadores", exemplificou.

Apesar de lançar seu nome e negar que o o PT tenha perdido força, Wagner defendeu uma renovação do partido e citou como exemplo figuras jovens de outros partidos que ganharam destaque neste pleito, como Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL).

"Para 2022, tem que esperar um pouco essa cena ir se arrumando. Mas meu nome está colocado, vou conversar isso com Rui e o grupo. Continuo pregando e uma coisa que me alegrou nessa eleição foi de que, no segundo turno, tinha muita garotada, como Manuela, Boulos, tanto João quanto Marília em Pernambuco. Aqui teve Zé Neto e Zé Raimundo não é a mesma coisa porque têm a minha idade. Mas apareceu muita gente nova na cena política e com desempenho que considero positivo. Na minha opinião, o PT tem que fazer isso, uma mudança de conteúdo para atualizar seu conteúdo e uma mudança geracional para colocar gente mais nova. Nada contra a gente, desempenhamos uma coisa boa, mas é preciso trazer uma outra geração para ocupar espaço", analisou.